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Short Sale e barganhas começam a reaquecer mercado imobiliário

Especialistas afirmam que este é o melhor momento para comprar

Realmente, o processo de short sale é bem menos desgastante do que o de foreclosure. Basta que o proprietário liste o seu imóvel com um realtor e prove ao banco que não pode arcar com o financiamento do mesmo – para tanto, as prestações não devem estar em atraso por mais de três meses. A luz no fim do túnel vem com a venda da propriedade e, sem o fantasma do foreclosure, o crédito do proprietário pode ser restabelecido em um tempo realtivamente curto. E as despesas de closing costs, incluindo a comissão do corretor, são pagas integralmente pela financeira.

Segundo a especialista em mercado imobiliário Debora Brasil, da Century 21, a maior dificuldade do short sale é a comprovação por parte do dono do imóvel da hipossuficiência, ou seja, da falta de condições econômicas de honrar os compromissos. ‘Os bancos estão revisando as aplicações com muito cuidado, pois só tem direito ao benefício quem atende a alguns pré-requisitos”, explicou a realtor. O segredo é avisar logo a instituição financeira sobre o problema.

Da mesma forma, Darwin Cruz, dono da Trademax Realty, acredita que o melhor caminho nesse momento de turbulência passou a ser o da informação: “As pessoas que estão enfrentando dificuldades devem procurar os profissionais qualificados para conhecerem suas possibilidades, nas áreas jurídica, contábil e imobiliária. É claro que o short sale se configura numa boa opção, pois muitos bancos estão perdoando parte das dívidas dos proprietários de imóveis que poderiam ir para foreclosure”, disse.

Voltando ao Al, ele está satisfeito com o andamento de seu caso. “Ainda não finalizei o processo, que costuma demorar até três meses. Mas, de qualquer forma já é um alívio deixar de pagar o mortgage dos três imóveis que tenho e mesmo assim não ter problemas com meu crédito”, explica. As casas ficam em Pompano Beach e a negociação vai permitir que ele refinancie a propriedade onde mora, em Deerfield Beach.

Bom momento para compra

Se a situação está melhorando para quem tem dívidas, o que dizer daqueles com crédito e que buscam bons negócios? Renato Oliveira, da Remax, acredita que os preços dos imóveis estão caindo rapidamente e o mercado aos poucos voltará à normalidade. “Hoje é possível encontrar boas casas, cujo preço do mortgage pode ser inferior ao valor pago pelo aluguel”, afirma. As boas oportunidades, segundo ele, estão também nos state sales, propriedades deixadas de herança e vendidas a preço de banana.

“O momento é excepcional para a compra”, confirma Debora Brasil, acrescentando que há excelentes incentivos para os empreendedores. Ela ressalta que o mercado imobiliário funciona de forma semelhante ao financeiro: “Como na bolsa de valores, quando há queda dos índices todos ficam desesperados. Mas tudo está se reequilibrando novamente. A expectativa é que o reaquecimento venha o mais rápido possível”.

As barganhas e as condições facilitadas de compra, aliás, são o prato preferido dos investidores: “Neste momento é que acontecem os bons negócios e de onde vêm os maiores lucros”, diz Darwin. Ele destaca que certos programas oferecem ajuda no closing costs, zero de entrada e juros baixos, tudo para resgatar a confiança da sociedade e do mercado. No entanto, ele alerta que, mesmo com as facilidades, é fundamental que o comprador entenda que a situação econômica e a instabilidade não permitem passos maiores que as reais possibilidades: “O ideal é comprometer apenas 30% da renda familiar com o mortgage”, ensina.

De qualquer forma, a mensagem que fica para a comunidade brasileira é a de otimismo: “Devemos continuar acreditando neste país. Não podemos desanimar, e tampouco buscar negócios fraudulentos, pois isso só viria a prejudicar a situação”, encerra Renato.

Por Carlos Wesley – AcheiUSA Newspaper

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