Histórico

Texas se prepara para sua 400ª execução em 30 anos

Johnny Conner deve ser condenado à morte por assassinato.

O estado americano do Texas se preparava na tarde desta quarta-feira (22) para sua 400ª execução desde o restabelecimento da pena de morte em 1976, um teto que suscita as críticas de vários países estrangeiros mas que é encarado com indiferença nos Estados Unidos.

Salvo adiamento de última hora, Johnny Conner, um negro de 32 anos condenado à morte pelo assassinato de uma funcionária durante um assalto, deve ser levado no fim da tarde para a sala de execuções da prisão de Huntsville. Ele será executado por injeção letal.

Manifestantes a favor e contra a pena de morte pretendiam se reunir diante da prisão. Os opositores da medida também planejaram orações em vários lugares do estado, inclusive sob as janelas do governador, o republicano Rick Perry.

Três substâncias deviam ser injetadas nas veias do condenado: uma para adormecê-lo, outra para paralisar seus músculos e outra para fazer parar seu coração.

Ao contrário do que acontece em outros estados, onde o procedimento é às vezes mal executado, a morte deve se concretizar em poucos minutos. No Texas, execuções são realizadas a cada semana, e os funcionários são bem treinados.

Sozinho, o Texas executou mais de um terço dos condenados à morte nos Estados Unidos desde que a Corte Suprema autorizou o restabelecimento da pena de morte, em 1976, e quase dois terços este ano.

Na segunda posição, o estado de Virginia executou 98 pessoas. Ao contrário, 12 estados não restabeleceram a pena de morte.

Falta de interesse

Entretanto, as 400 execuções texanas não suscitam muito interesse nos Estados Unidos. A imprensa nacional, que costuma mencionar apenas a morte dos condenados mais famosos, sequer se interessou pelo assunto. Ao contrário, o caso suscitou as críticas de vários países estrangeiros.

Os 27 países da União Européia recordaram sua oposição “incondicional” à pena capital, e pediram a Perry e às autoridades americanas que estudassem a aplicação de uma moratória sobre as execuções e as condenações.

O porta-voz de Perry, Robert Black, foi incisivo em sua resposta. “Há 230 anos, nossos antepassados entraram em guerra para se libertar do jugo de um monarca europeu e conquistar a liberdade de autodeterminação”, declarou em um comunicado publicado no site do governador.

“Respeitamos nossos amigos na Europa, recebemos com prazer seus investimentos em nosso estado e apreciamos seu interesse por nossas leis, mas cabe aos texanos governar o Texas”, acrescentou.

No entanto, mesmo no Texas, o número de condenações à morte está em baixa: 48 em 1999, 29 em 2003 e apenas 11 em 2006.

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