Histórico

Tiago Cabral

Artista de uma animação contagiante

Antonio Tozzi

A mais nova sensação das noites musicais de Broward chama-se Tiago Cabral, mineiro de Lajinha, que veio para o sul da Flórida no dia 1º de agosto do ano passado. Nem bem chegou e logo foi conquistando seu espaço no concorrido mundo dos artistas da noite que se apresentam no circuito de bares e restaurantes brasileiros locais.

Hoje, ele apresenta-se às sextas-feiras e sábados no Kybom Restaurante, em Pompano Beach, e às quintas-feiras no Oba Oba, em Deerfield Beach. É preciso mesmo ter muito amor à música para armar a estrutura toda vez que precisa fazer seu show. Após ter chegado ao bar do Kybom numa sexta-feira, Tiago demorou pelo menos meia hora para montar o palco. É um tal de ligar amplificadores, atarrachar microfone, armar o pedestal, programar o laptop e afinar o violão elétrico num ritual que cansa os leigos, mas é fundamental para a qualidade do espetáculo.

Vindo do Brasil com mais dois amigos, Tiago não trouxe nenhum equipamento consigo. Ele optou por comprar os equipamentos aqui, até mesmo para aproveitar a oportunidade de ter acesso à tecnologia mais avançada. “De lá, só trouxe mesmo os diquetes com as músicas”, disse o artista.

Banda América – Embora tenha apenas 25 anos, Tiago já é um músico experiente. Convivendo desde pequeno num ambiente artístico, pois seu pai é líder de uma banda que faz muito sucesso no circuito Minas Gerais/Bahia/Rio de Janeiro/Espírito Santo, ele sempre teve facilidade para tocar instrumentos. Tanto que toca violão, teclados, bateria e percussão, além de cantar.

Na esteira do sucesso de seu pai, cujo nome artístico é Bimba, Tiago começou sua carreira artística profissional aos 17 anos de idade. Logo, formou seu próprio grupo, batizado de Banda América. O sucesso não demorou a aparecer e a Banda América, composta por oito integrantes, passou a viajar em ônibus próprio pelas cidades mineiras, fluminenses, baianas e capixabas para se apresentar.

Tiago lembra-se com saudades daquela época: “Fazíamos shows em exposições, tocávamos em bailes de formatura, de debutantes, em concursos de misses, animávamos Revéillon, Carnaval, a banda é ótima e se apresentava em vários lugares, com muito sucesso”. Um evento que ele se recorda bem é o Baile da Gata Molhada, realizado em Lajinha, que atraía muita gente, sobretudo jovens.

Com a vinda de Tiago para os Estados Unidos, a Banda América está inativa no momento. Ele era o líder da banda, um dos vocalistas e tocava violão e guitarra. Por enquanto, ele pretende ficar um pouco mais aqui no país – onde também faz serviços de pintura – e alguns membros da banda estão pensando em vir para cá. Quem sabe eles não recriam a Banda América na América?!

Compositor – Antes de voltar para o Brasil, Tiago pretende desenvolver um trabalho musical aqui nos EUA. “Lá, cantava também canções internacionaais. Mas, aqui, como me apresento em casas com público brasileiro em sua maioria, canto apenas em português. No entanto, meu projeto é conseguir sucesso com a música, seja em que idioma for”, sonha Tiago, que canta em português, em espanhol e em inglês.

Ele tem também guardadas algumas composições que pensa gravar. Já está até mesmo planejando fazer um disco somente com canções originais – uma forma de lançar-se no cenário artístico mundial. “Faço as letras e os arranjos musicais, porque tenho experiência como arranjador”, explica o artista.

Polivalente, Tiago é capaz de interpretar qualquer tipo de ritmo – como pode ser comprovado em suas apresentações -, mas admite que seu estilo predileto é o pop. Aliás, é impossível ficar parado com o balanço de Tiago. Comparando os públicos de lá e daqui, o músico diz ser bem parecido, afinal todos são brasileiros. “Mas é claro que os brasileiros que estão lá são mais animados, até porque tem mais gente nos shows”, admite.

Sozinho, ele consegue fazer um show completo, usando os recursos do computador que simula eletronicamente bateria e teclados, enquanto pega o microfone e canta (para valer!) as canções.

Algumas vezes, pega o violão elétrico para acompanhar.
Ao mesmo tempo que lamenta ter deixado a Banda América para trás – “Eu era o diretor artístico da banda”, diz Tiago -, ele está entusiasmado com as possibilidades de fazer uma carreira internacional.

Seu desejo, no entanto, é voltar para o Brasil, dar um tempo lá e depois retornar com tudo para dar o impulso desejado à sua carreira. “Meu objetivo é ser um artista internacional e farei tudo que estiver a meu alcance para conseguir”, decretou. Pelo jeito, vale apostar em seu sonho, porque talento e força de vontade não lhe faltam.

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