Histórico

Três mortos e detenções após protestos na Venezuela

Governo que a detenção de Fernando Gerbasi, Iván Carratú e Leopoldo López e admite 23 feridos

Enquanto o número de mortos pelos protestos na Venezuela subiu para três, o governo de Nicolás Maduro anunciou que a Promotoria venezuelana emitiu ordem de captura contra o ex-diplomático Fernando Gerbasi e Iván Carratú, ex-chefe da Casa Militar durante o governo de Carlos Andrés Pérez.

O diário venezuelano El Universal informou na quarta-feira (11) à noite ter sido ordenada a captura do líder fundador do Voluntad Popular (VP), Leopoldo López, por su possível responsabilidade nos incidentes violentos ocorridos em Caracas.

Pelo menos três pessoas morreram na quarta-feira em uma jornada de passeatas em Caracas e em outras cidades da Venezuela convocadas por grupos opositores contra o governo de Nicolás Maduro, que denunciou uma “recaída nazifascista” enquanto seus adversários o acusaram de suspender as garantias, divulgou a agência Efe. Uma passeata no centro de Caracas convocada e desenvolvida de forma pacífica contra a situação econômica, a política de Maduro e recentes detenções de estudantes por altercações no oeste do país descambou em enfrentamentos violentos que acabaram com a vida de duas pessoas. Uma terceira vítima foi registrada no final da noite em Chacao, município a leste de Caracas, em incidentes atribuídos pelo prefeito da localidade, Ramón Muchacho, a “grupos irregulares”.

Vinte e três pessoas ficaram feridas e pelo menos 25 foram detidas pelos incidentes em protestos que reuiniram milhares de manifestantes em todo o país. Maduro repudiou a violência e afirmou que há autores materiais e também intelectuais destes atos. “Na Venezuela, estamos enfrentando uma recaída nazifascista e vamos derrotá-la. Não haverá golpe de Estado na Venezuela, podem ficar certos “, prometeu o presidente.

Maduro assegurou que respeita os direitos civis e as liberdades, mas anunciou ter dado instruções para que todo aquele que proteste sem permissão das autoridades seja imediatamente detido. “Peço a paz, não vai haver impunidade”, disse após expressar seu apoio às investigações que serão feitas pela Promotoria Federal para determinar possíveis responsáveis pelos quebras-quebra, que incluíram a queima de vários veículos nas imediações da sede do Ministerio Público em Caracas.

Oposição culpa Maduro de suspender as garantias

A advogada geral, Luisa Ortega, denunciou, ainda, dano a propriedades próximas ao Ministério Público por parte de grupos de encapuçados e prometeu “atuar com firmeza e contundência” diante do que considerou “uma ação planejada, premeditada para gerar caos no país”.

Os opositores Leopoldo López, María Corina Machado e o prefeito Metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, acusaram Maduro de querer “suspender” as garantias e convocaram mais passeatas.

O governo assegura que não há repressão, mas já há vários feridos e os estudantes continuam nas ruas.

O ex-candidato presidencial Henrique Capriles, que se desligou publicamente da iniciativa de Machado e López, condenou a violência, assegurando que essas ações não podem manchar a demonstração de protesto cívico que houve na quarta-feira. Maduro anunciou ter emitido ordem de captura para o ex-diplomata Fernando Gerbasi e Iván Carratú, ex-chefe da Casa Militar durante o governo de Carlos Andrés Pérez (1974-79 e 1988-93), por supostamente estarem avisados de que ia haver mortes no país após uma passeata da oposição. Além deles, também deverá ser detido Leopoldo López, ex-prefeito de Chacao.

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