A França não pensa em construir um muro para proteger suas fronteiras, mas conseguiu apoio do Poder Executivo da União Europeia para impedir a chegada de trens com imigrantes africanos vindos da Itália. A entidade afirmou que a ação não viola as regras do grupo, conforme acusação de autoridades italianas.
O ponto argumentado pelo chanceler da Itália Franco Frattini é que a França desrespeitou o Tratado Schengen, pois vetou a entrada de viajantes vindos de países que também assinaram o acordo. Em contrapartida, o ministro francês do Interior, Claude Gueant (foto), retrucou que o país aplica a letra e o espírito do Tratado, mas justificou a medida alegando razões de ordem pública.
O continente tem lidado com a onda de refugiados causada pelas revoltas populares no norte da África. A Itália pleiteia ajuda de outros governos da UE para enfrentar os problemas decorrentes da chegada de 26 mil imigrantes que chegaram às suas costas somente em 2011. O governo de Roma concedeu autorizações temporárias para que esses imigrantes viajem pela Europa, o que causou preocupação em outros governos, temerosos de que isso estimule a imigração ilegal para o continente.
Agências humanitárias dizem que milhares de pessoas ainda podem tentar cruzar o Mediterrâneo para chegar à Europa fugindo das guerras civis em várias nações africanas.
