Histórico

Um brasileiro na Florida Highway Patrol

Paulo Klimick Pereira patrulha as rodovias interestaduais no condado de Broward

Paulo Klimick Pereira
Trooper Paulo Klimick Pereira e sargento Mark Wysocky cuidam da segurança nas rodovias em Broward

Os mais antigos ainda devem lembrar da música de abertura do seriado brasileiro “Vigilante Rodoviário”, no qual o policial rodoviário Carlos com seu cão patrulhavam as rodovias brasileiras na década de 60

Corte rápido para o futuro: EUA, condado de Broward, ano 2012. O carioca Paulo Klimick Pereira integra a equipe da Florida Highway Patrol (FHP), responsável pelo patrulhamento nas rodovias interestaduais que cortam o condado de Broward.

Klimick esteve na redação do AcheiUSA juntamente com o sargento Mark Wysocky, que cuida do setor de Public Affairs da FHP, e conversou sobre como é ser um policial nos Estados Unidos.

Desde 2006, Klimick se tornou um trooper e adora sua profissão. “Sou de família de policiais, meu pai foi um dos co-fundadores da Polícia Federal no Brasil, portanto, sempre foi forte a presença de defesa da lei em minha vida”.

Ele e o sargento Wysocky confirmaram que a área de atuação dos agentes da FHP é prioritariamente nas estradas interestaduais como I 95, I 75 e I 595. Entretanto, eles trabalham em cooperação com os policiais do Broward Sheriff Office (BSO) e podem prender criminosos fora de suas, digamos, jurisdições. Aliás, para quem não sabe, o condado de Broward é um dos mais movimentados do país.

Em seus mais de seis anos na FHP, Klimick ainda não precisou puxar nenhuma arma de fogo contra ninguém, nem mesmo o teaser. “Somos instruídos para praticar o que chamamos de judô verbal, ou seja, procuramos alertar a pessoa para não se exaltar e evitar cometer algum desatino, até porque a punição para quem mata um policial na Flórida é a pena de morte. Claro que aciono um reforço por uma questão de segurança”, esclarece o brasileiro.

Treinamento completo

Esses métodos são ensinados na academia da FHP, que também dá cursos de defesa pessoal e tiros antes de colocar o policial nas ruas. E o fato dele ser brasileiro também ajuda, uma vez que eles valorizam o fato de contratar pessoas de outras nacionalidades para combater a criminalidade. “Temos troopers haitianos, hispânicos, jamaicanos e um brasileiro também no condado de Palm Beach, enfim, estes policiais deixam mais tranquilos os cidadãos que são parados por algum tipo de infração de trânsito”, esclarece Klimick.

O sargento Wysocky aproveitou a oportunidade para desmistificar a existência de cotas de multas: “Não há cotas para nós. Só paramos alguém quando ele comete alguma irregularidade”. E ele garante que o excesso de velocidade ainda é o principal motivo de multas aos motoristas da região de Broward. Outra preocupaçào é com o envio de mensagens de texto enquanto se está ao volante, porque isto provoca distração dos motoristas e pode causar acidentes.

Como fazer se for pego sem carteira válida

Mas é bom o motorista saber que ao ser parado os policiais acessam a placa do veículo em seus computadores e a ficha dele aparece rapidamente na tela. Ou seja, se estiver dirigindo com carteira de motorista expirada, o policial logo fica sabendo, portanto, não adianta querer mentir.

Klimick orienta os motoristas nestes casos:”Em primeiro lugar, não se deve dirigir sem uma carteira de motorista válida, porque isto se configura uma infração. Mas, caso tenha sido parado, o melhor a se fazer é mostrar uma carteira de motorista brasileira válida, acompanhada do passaporte e da I94″.

Porém, tanto ele como Wysocky negaram que os motoristas sejam detidos e entregues para o ICE (a divisão policial do Serviço de Imigração). “Se a pessoa não tiver nenhum recorde criminal, será multada por estar dirigindo sem o documento válido e alertada para não voltar a cometer o mesmo erro. Só levamos o sujeito se ele tiver alguma pendênia judicial, como ter faltado a uma audiência na corte de imigraçào ou cosa do gênero”, disseram os troopers.

Quer se tornar um trooper?

Se você tem interesse em se tornar um trooper, estes são os requisitos exigidos:

Ser cidadão americano ou naturalizado
Ter no mínimo 19 anos de idade
Ter completado a escola secundária ou, de preferência, estar na universidade
Não ter nenhum recorde criminal
Não ter tido problema com drogas

Aliás, antes de ser admitido, o candidato precisa submeter-se a um teste antidrogas e passar pelo detector de mentiras. O máximo da carreira é ser coronel, mas Klimick, por exemplo, já está a caminho de se tornar cabo da corporação. Sobre as projeções na carreira, ele é bem ponderado: “O importante é continuar fazendo um bom trabalho nas ruas, que é onde gosto de trabalhar, e o esforço será reconhecido”. Do alto de seus 31 anos de carreira, o sargento Wysocky concorda. Ele já está pensando na aposentadoria daqui a quatro ou cinco anos.

De fato, é uma carreira para quem gosta de ajudar as pessoas e não teme os perigos. Para finalilzar, eles deram uma dica de segurança importante: “Sempre que você for viajar por um período mais longo, avise a polícia local que eles farão rondas mais frequentes para tentar evitar roubos”. Como diz o lema, esteja sempre alerta.

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