Histórico

Uso de antidepressivos dobra nos EUA

Mais de 27% milhões de pessoas tomam estes medicamentos no país

Na agitação interminável da vida moderna, os antidepressivos aparecem como a maneira mais simples de diminuir a angústia, a ansiedade e o estresse do dia a dia. Tanto é verdade que o uso destes medicamentos dobrou nos Estados Unidos nos últimos anos: de acordo com uma pesquisa realizada por duas universidades americanas, pelo menos 27 milhões de pessoas lançam mão de antidepressivos e ansiolíticos, fazendo com que esta indústria movimente anualmente cerca de 10 bilhões de dólares.

Mais de 164 milhões de receitas para depressão foram prescritas em 2008, muitas delas para imigrantes, que são particularmente afetados por esta doença. O aumento nas estatísticas aconteceu, principalmente, em relação às drogas Paxil e Prozac, que são verdadeiros campeões de venda. Quando foi lançado nos Estados Unidos, em 1987, o Prozac, com certeza o mais famoso antidepressivo do mundo chegou a ser apontado, pela revista Scientific American, como um “anjo que ilumina as trevas da alma”, porque prometia alterações no nível de serotonina, uma substância química do cérebro relacionada à sensação de prazer. Hoje, os especialistas já não se mostram tão empolgados com este tipo de medicamento porque pesquisas comprovaram nos pacientes que tomam estas pílulas alguns efeitos colaterais sérios, entre eles disfunção sexual, dependência e síndrome de privação e até desespero no caso de continuação dos sintomas de depressão, o que pode levar ao suícidio.

“Percebemos que, além do aumento do uso de antidepressivos, houve também um crescimento no uso de antipsicóticos. As pessoas também estão frequentando menos a terapia”, disseram os autores do estudo. Os pesquisadores não avaliaram o motivo do aumento, mas desconfiam que o fim de parte do preconceito em relação ao diagnóstico de depressão tem incentivado a adoção destes medicamentos. Além disso, é inegável que a mídia explora o tema com frequência e o excesso de publicidade em relação à nova geração de antidepressivos glamoriza a sua adoção por parte de médicos e pacientes. “Muitas vezes é mais simples prescrever uma medicação do que sugerir que o paciente faça terapia”, afirmam os especialistas, criticando o uso exagerado dos medicamentos.

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