Histórico

Wall Street em queda

Lehman Brothers pede concordata e seguradora AIG é salva por injeção de dinheiro

O Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos, pediu concordata após incorrer em perdas bilionárias em decorrência da crise financeira global. Temores de que a carteira de ativos do banco, em grande parte ancorada em valores hipotecários, valia muito menos do que o originalmente estimado minaram a confiança na instituição de 158 anos. Do ano passado para cá, Lehman Brothers viu suas ações despencarem mais de 95%.

O banco é considerado um dos maiores operadores de empréstimos a juros fixos de Wall Street e havia investido fortemente em títulos ligados ao mercado do chamado subprime, o crédito imobiliário para pessoas consideradas com alto risco de inadimplência. Com esses investimentos agora considerados arriscados demais, analistas dizem que era inevitável que aumentasse a desconfiança em relação ao Lehman Brothers – particularmente depois do colapso do banco Bear Stearns, no início do ano.

No período de junho a agosto do ano passado, o banco anunciou uma baixa contábil de US$ 700 milhões, ao revisar para baixo o valor de seus investimentos em hipotecas para imóveis residenciais e comerciais. Neste ano, esse valor subiu para US$ 7,8 bilhões, levando o banco a anunciar, na semana passada, o maior prejuízo líquido de sua história. O banco também admitiu que ainda possuía US$ 54 bilhões em investimentos atrelados ao mercado imobiliário com risco potencial de difícil avaliação.

Com a desconfiança a respeito da segurança desses investimentos, houve uma queda no valor das ações da empresa na semana passada, em meio ao fracasso de negociações para levantar bilhões de dólares para dar garantia de solidez a investidores.

No meio desta confusão, o banco Merrill Lynch, outro grande banco de investimento americano, só se salvou depois que o Bank of America anunciou uma fusão com a instituição, em um negócio envolvendo cerca de US$ 50 bilhões. Com a crise, havia muitos temores a respeito da carteira de investimento do Merrill Lynch e quanto dela era atrelada ao subprime. Outra dor de cabeça agora é em relação à seguradora AIG, uma das maiores do mundo. Daí o movimento da direção do Federal Reserve em emprestar 85 bilhões de dólares à AIG, em um plano destinado a salvar a empresa de uma “turbulenta falência” que poderia afetar a economia global. Pelo empréstimo, que tem um prazo de dois anos, o governo dos EUA receberá uma participação de 79,9 na AIG e tem o direito de vetar o pagamento de dividendos a acionistas preferenciais comuns no negócio, apoiado pelo Departamento do Tesouro. A medida facilitará um processo sob o qual a AIG venderá partes de seus negócios de maneira ordenada, com o menor impacto possível na economia.

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