Histórico

Flakka, a droga do momento, causa mortes e destroi famílias na Flórida

Somente no Condado de Broward, a droga já matou 34 pessoas desde setembro

Flakka preocupa autoridades na Flórida

DA REDAÇÃO (com AFP) – Uma droga sintética barata que causa fortes alucinações está preocupando as autoridades da Flórida. Em Broward, a Flakka (que vem da palavra magra em espanhol), já matou 34 pessoas desde setembro de 2014 e os hospitais têm atendido em média 20 usuários da droga por dia.

Conhecida como “loucura a 5 dólares” pelo custo de uma dose, a flakka tem efeito no cérebro similar à cocaína, porém é mais alucinógena, vicia rapidamente e provoca fortes alucinações. A droga é produzida na China e é semelhante a sais de banho. “Broward é considerado como o ponto crucial de distribuição da flakka ou alpha_PVP”, o componente da droga, disse à AFP Heather Clark, da organização United Way, que liderou uma campanha para sensibilizar a população sobre a droga também conhecida como “cascalho” por sua aparência de cristal de areia.

“Normalmente fumada mas também injetada ou inalada, é realmente uma droga muito perigosa. Não é recreativa, não é algo que você possa consumir sem produzir efeitos colaterais”, afirmou Clark.

A Flakka pode ser obtida na internet por $ 1.500 o quilo e vem da China em pequenas remessas por Correio que fornecedores locais se encarregram de distribuir.

“É uma substância altamente tóxica, que pode ter sido desenvolvida intencionalmente para que seus efeitos durem mais e especificamente para ser mais viciante, porque isso é bom para as vendas”, explicou James Hall, epidemiologista da Nova Southeastern University, que estuda há anos o mercado de drogas na Flórida.

Além de gerar problemas cardíacos, agressividade e paranoia, seu consumo pode levar à psicose: “a temperatura corporal sobe para 40 graus, as pessoas rasgam suas roupas, algumas acreditam que o corpo está pegando fogo, vão às ruas convencidas de que estão sendo perseguidas”, contou Hall.

Os policiais relatam casos “bizarros” ligados ao consumo da droga. Entre eles, um homem correu nu por seu bairro, alegando que estava sendo perseguido por uma matilha de pastores alemães. Pouco depois, em março, outro tentou arrombar a porta do Departamento de Polícia de Fort Lauderdale para escapar de un agressor imaginário. Dias depois, uma terceira pessoa ficou entalada ao tentar escalar as grades da delegacia.

Em maio, a polícia de Fort Lauderdale matou um homem que, drogado com flakka, fez uma mulher refém com uma faca. Mas muitos outros casos, menos dramáticos mas igualmente devastadores, não aparecem no noticiário.

Java Jackson, 26 anos, consumiu flakka em 25 de maio e morreu algumas horas depois no hospital, contou sua tia Rose Waters, durante uma marcha em Fort Lauderdale promovida por organizações locais. “Esta droga é muito fácil de obter, é muito barata, o que a torna atraente para muitas pessoas, mas é mais mortal do que qualquer outra substância nas ruas”, disse Waters, 57.

Por conta do preço baixo, a droga afetou principalmente as populações de baixa renda, como os sem-teto ou em situação vulnerável, explicou o capitão Dana Swisher, da polícia de Fort Lauderdale.

“O ano passado foi a molly, agora é a flakka, não sabemos como se chamará a próxima. Estes são apenas termos da rua e estas drogas podem conter qualquer coisa. Os usuários estão permitindo que sejam usados como cobaias”, afirmou AD Wright, chefe do escritório da DEA em Miami.

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