Histórico

2013 cheio de preocupações

Antonio Tozzi

Assim que os últimos fogos se apagaram nos céus das principais cidades do mundo, o calendário voltou a indicar que tudo voltaria à rotina novamente. Ou seja, pagamento de impostos, contas e todos os afazeres que nos atormentam diuturnamente seja em que data for.

Início de ano sempre é tempo das pitonisas. Aqueles que se arvoram em videntes lançam mão de suas previsões sobre o futuro, para deleite de leitores e ouvintes ávidos por saber o que pode acontecer no decorrer do ano que está começando. Desta forma, horoscopistas e advinhadores ganham destaque nas páginas de jornais e revistas e na mídia eletrônica. Afinal, todo mundo quer saber se vai ficar rico, ser promovido ou se encontrará um novo amor.

O interessante é notar que na lista dos videntes entraram agora os economistas. São eles que apontam os caminhos a serem seguidos, os países que estarão em alta, os melhores investimentos, as ações mais quentes etc.

Sem entrar no time dos advinhadores, parece evidente que algumas coisas certamente se confirmarão, independente de análises e gráficos com tendências. A turbulência no Oriente Médio, sobretudo na Síria, deve continuar e o banho de sangue que já dizimou mais de 60 mil pessoas no país somente terminará quando o ditador Bashar Assad deixar o poder. O que, tudo indica, deverá ocorrer ainda em 2013.

A retirada das tropas americanas do Afeganistão não significará o extermínio do Taliban e do Al Qaeda, depois de mais de uma década de ocupação naquela região. A tentativa de levar democracia a uma área que vive como se ainda estivéssemos nos tempos das cavernas pode revelar-se infrutífera, mas, pelo menos, serviu para conscientizar parte da população, principalmente as mulheres, de que este modo de vida não deve ser perpetuado.

O modo de tratar as mulheres como seres inferiores também parece estar chegando ao fim na Índia, após a ignomínia do estupro de uma estudante de medicina de 23 anos num ônibus em Nova Delhi, seguido de espancamento que provocou sua morte. A revolta da população, sobretudo dos mais jovens, está obrigando as autoridades a tomar medidas mais duras contra os estupradores, colocando em xeque a sociedade machista que domina o país.

Na Europa, o continente tenta recuperar-se de 2012, um dos piores anos de sua história, com um esforço conjunto para tentar salvar a Comunidade Europeia e reaquecer a economia, diminuindo consequentemente o desemprego que castiga os países da zona do euro.
Desemprego que está baixo no Brasil, provocando uma onda de otimismo entre os compatriotas. Em contrapartida, o desempenho da economia brasileira foi pífio em 2012, apresentando o pior resultado desde o governo Collor. Se não houver uma correção de rumo, o Brasil poderá começar a sofrer as consequências de uma política econômica desastrada e paternalista, e colocar em risco a passagem do Brasil para o clube dos países mais influentes do planeta.

E justamente o país mais influente do mundo também não vive um momento alvissareiro. Apesar do acordo entre governo e oposição, que evitou temporariamente o abismo fiscal, a incerteza ronda o espectro dos Estados Unidos, com os republicanos mantendo a tradicional inflexibilidade e a disposição de bombardear os programas sociais do governo democrata, liderado por Barack Obama.

Como se vê, o ano mal começou, mas temos pouco a comemorar. Por sua vez, a chama da esperança precisa continuar sempre acesa porque somente o otimismo e o esforço continuado pode mudar a situação que se prenuncia como ruim. E isto é verdadeiro tanto no âmbito das nações como na vida de cada indivíduo. Portanto, se cada um fizer sua parte, com certeza teremos uma vida e um futuro melhores.

Compartilhar Post:

Baixe nosso aplicativo