Histórico

Análise: Após quase 6 anos, “fantasma” de 11/9 ainda assombra EUA

Quase seis anos após os ataques terroristas de 11 de Setembro, a memória da tragédia ainda paira sobre Nova York, com a inclusão de um novo nome na lista das vítimas dos atentados, que mataram quase 3.000 ao derrubar as torres gêmeas do World Trade Center.

Nesta quinta-feira, o nome da advogada Felicia Dunn-Jones, 42 –morta cinco meses após a ação terrorista– foi incluído entre as vítimas dos ataques. Funcionária do World Trade Center, ela inalou nuvens de fumaça tóxica ao escapar de uma das torres atacadas.

Posteriormente, passou a sofrer de tosse crônica e problemas respiratórios, e morreu em fevereiro de 2002.

Autoridades médicas americanas concluíram que a causa de sua morte foi a exposição à poeira tóxica expelida pela explosão do prédio, que se espalhou pela área.

Além da suspeita de que o contato com resíduos tóxicos da explosão possa ter matado mais pessoas, a conclusão médica suscita uma discussão sobre se houve ou não negligência de autoridades americanas a respeito do risco que a permanência na área poderia acarretar.

Dias depois dos atentados, a Agência de Proteção ao Meio Ambiente (EPA, na sigla em inglês) afirmou que não havia perigo em inalar o ar da região do WTC. No entanto, ainda não se sabe quais eram as informações disponíveis na época a respeito de riscos em potencial.

A questão do risco à saúde representado por substâncias tóxicas expelidas após o atentado contra as torres gêmeas também é abordada no documentário “Sicko”, de Michael Moore –diretor que ganhou a Palma de Ouro em Cannes em 2004 por “Fahrenheit 9/11”.

Moore está sob investigação do Departamento de Estado americano, sob acusação de violar o embargo americano a Cuba por ter supostamente levado à ilha, durante as filmagens, uma equipe que atuou nos resgates no WTC para passar por tratamento médico.

Ao que parece, quase seis anos após o 11/9, que justificou as invasões do Afeganistão, em 2001, e do Iraque, em 2003, o governo de George W. Bush terá de enfrentar, além do “fantasma” de Osama bin Laden –líder da rede Al Qaeda, a quem foi atribuída a responsabilidade pelos atentados, e cujo paradeiro até hoje é desconhecido– mais este “fantasma” doméstico.

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