Histórico

Autor da lei polêmica do Arizona apronta mais uma contra imigrantes

Senador estadual quer proibir cidadania automática para filhos de indocumentados que nascem nos EUA

O senador estadual pelo Arizona Russel Pearce deu mais uma prova de que não gosta mesmo de imigrantes. Foi dele a autoria do projeto que acabou se convertendo, em abril deste ano, na polêmica lei que permite aos policiais interpelar qualquer pessoa sobre o status imigratório no país. Mas Pearce foi mais longe: ele agora manifestou o desejo de apresentar nova proposta no sentido de invalidar qualquer registro de nascimento de filhos de indocumentados.

De acordo com uma rede de televisão local, o senador teria mandado um e-mail para correligionários detalhando seus planos de impedir a emissão de certidões de nascimento de crianças cidadãs americanas natas (por terem nascido nos Estados Unidos) simplesmente por terem pais em situação irregular no país. Referindo-se à expressão ‘anchor baby racket’ (algo como esquema-do-bebê-âncora), Pearce admitiu que o alvo de suas investidas devem ser as mães. Podem chamar de sexista, mas é assim que a natureza fez as coisas: Homens não dão cria a bebês-âncora, mulheres indocumentadas sim, completou o senador.

Depois do assunto ter vazado na imprensa, o político negou que tivesse escrito tal e-mail, mas admitiu que não vê nada de errado com o termo ‘bebês-âncora’ para definir o parto de crianças apenas com o intuito de ganhar privilégios e permanecer na América. Mas, de qualquer forma, a ideia não é nova. Também em abril, um deputado da Califórnia revelou que apoiaria uma medida que garantisse a deportação de crianças americanas cujos pais são indocumentados, sob o argumento, às avessas, de que não se pode separar as famílias.

Nunca é demais dizer que no ano passado, 92 parlamentares, liderados pelo antiimigrante Tom Tancredo, apresentaram suas assinaturas num proposta de emenda à Constituição no caso, à 14ª Emenda, cujo texto garante que qualquer bebê nascido no território dos EUA é cidadão do país, com direito, ao completar 18 anos de idade, a reivindicar a reunião familiar para seus parentes mais próximos. Para Tancredo, as pessoas vêm para a América com o propósito de ter um bebê, que representa a âncora, e depois, quando este cidadão americano completa 18 anos, pode aplicar para a cidadania do restante da família, e isso não é certo.

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