Histórico

Brasileira ajuda imigrantes na travessia da fronteira

A brasileira Ana Luiza Souza é uma jovem universitária de 20 anos que gosta de praia, baladas e cinema, como qualquer pessoa de sua idade. A diferença é que ela também aproveita as horas vagas sem aulas ou estudos no curso de Sociologia em uma universidade de San Diego (Califórnia) para ajudar os imigrantes que tentam a difícil travessia entre o México e os Estados Unidos: Ana é uma voluntária da ONG Border Angels (Anjos da Fronteira), fundada por Enrique Morones há 15 anos.

Natural de Natal, no Rio Grande do Norte, ela é encarregada de recolher alimentos, água e roupas junto aos empresários e estabelecimentos locais para os indocumentados que enfrentam o deserto em busca do sonho americano. O material é deixado em estações de apoio, que muitas vezes são oásis para os imigrantes que ficam dias sem comer ou beber. Sei o drama que essas pessoas vivem, pois já fui indocumentada aqui nos Estados Unidos, revelou a brasileira em uma entrevista ao jornal AcheiUSA, pelo telefone.
Ela chegou ao país com apenas sete anos, com os pais e a irmã e só recentemente conseguiu regularizar a sua situação junto à imigração. Isso lhe permitiu ingressar na universidade e sonhar com um futuro melhor. O objetivo agora é cursar Direito – sim, ela quer ser uma advogada de imigração. Acho que posso ajudar ainda mais os imigrantes, torce.

Com relação a uma possível reforma, ela está desesperançosa. Não acredito em leis em benefícios para os indocumentados. E infelizmente a brecha para legalização dos estrangeiros é pequena e não atende aos milhões de imigrantes que vivem nos EUA. Os pais dela, por exemplo, ainda não conseguiram a regularização e vivem com limitações, perto de San Francisco, na Califórnia.

A vontade de colaborar com o trabalho na ‘Border Angels’ veio depois de uma palestra de Enrico Morones em sua universidade. Isso foi no ano passado e, desde então, ela faz a sua parte para evitar que vidas sejam perdidas desnecessariamente. Mesmo sem ir até a fronteira, pois fico mais na retaguarda, sei que minha função é importante, pois representa uma esperança para os imigrantes, afirma. De fato, segundo dados da própria ONG, pelo menos dois indocumentados morrem todos os dias tentando entrar nos Estados Unidos.

Apesar da saudade da comida brasileira e dos familiares que ficaram em Natal, Ana gosta da vida em San Diego: As praias me lembram muito as da minha cidade, ressalta. Além disso, ela agradece aos pais a oportunidade de ter crescido nos Estados Unidos. Aqui há mais oportunidades. Vale a pena, finaliza a brasileira, ainda com um leve sotaque nordestino.

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