Uma brasileira que mora na Holanda está sendo processada por exploração do trabalho de duas conterrâneas que prestavam serviço como empregadas domésticas. Gersina B.C., 40 anos, foi ouvida na quinta-feira (12), e negou as acusações de suas ex-funcionárias. As duas acusam a mulher e seu então marido de submeterem as funcionárias a jornadas de até 14 horas diárias de trabalho e agressões físicas. As informações são dos jornais holandeses Dichtbij e De Telegraaf.
As mulheres, de 25 e 26 anos, chegaram à casa do casal no bairro Geuzenveld, em Amsterdã, em 2010, depois de terem sido atraídas ao país pelas promessas de emprego. Segundo as vítimas, Gersina demonstrava insatisfação com o trabalho das funcionárias, chegando a agredi-las com socos e objetos como vassouras, aspirador de pó, uma chaleira e um liquidificador. Uma das mulheres teria sido queimada depois que a acusada jogou água quente contra ela.
A promotoria acusa Gersina e o brasileiro Alex C., com quem mantinha um relacionamento na época, de terem também retido os passaportes das mulheres quando elas chegaram à Holanda, impedindo-as de retornar ao Brasil. A acusação pede uma indenização no valor de 33 mil euros, o equivalente a cerca de R$ 100 mil.
De acordo com as brasileiras, Alex era passivo às agressões, e chegou a ser agredido pela companheira. No tribunal, o acusado disse estar arrependido, e descreveu a ex como um “barril de pólvora que pode explodir a qualquer momento”.
A defesa acusa as vítimas de injúria e difamação, e nega as agressões. Segundo o advogado de Gersina, o problema todo não passou de uma discussão que ela teve com uma das mulheres que servia de babá. O advogado afirmou ainda que as duas mulheres não trabalhavam pesado, elas cuidavam apenas das tarefas domésticas leves e de levar as crianças à escola. Além disso, as duas mulheres também tinham outros trabalhos por fora como faxineiras. O juiz rejeitou o pedido da defesa pela anulação do processo.