Histórico

Brasileiro está na equipe de produção do novo jogo do Xbox One

Catarinense trabalha há dois anos no projeto; resultado poderá ser visto a partir de 28 de outubro

Joselina Reis

Henrique Naspolini, de 29 anos, faz parte da equipe que produz o game Sunset Overdrive

O mundo dos jogos de vídeo game gera milhões de dólares todos os anos e alguns acreditam que em breve vá ameaçar a indústria cinematográfica. Por ano, produzem-se três vezes mais jogos eletrônicos do que filmes em Hollywood. Enquanto isso, alguns poucos jogadores ganham a vida literalmente jogando video-game, e a lista é encabeçada pelos coreanos. Mas, para chegar até lá alguém precisa produzir e desenhar cada personagem, é aí que entra a criatividade do brasileiro Henrique Naspolini, de 29 anos.

Ele faz parte da equipe da Insomniac Games, empresa responsável pelo novo jogo do Xbox One – Sunset Overdrive. Enquanto a Insomniac produz, a Microsoft – do bilionário Bill Gates – é a detentora dos direitos autorais.

O jogo levou três anos para ser concluído e será lançado dia 28 de outubro deste ano. Naspolini conta que participar da elaboração do jogo foi uma surpresa. “Confesso que a oportunidade apareceu mais cedo e melhor do que eu pensava”, lembra ele, que uniu a habilidade de desenhar e o curso de Design Gráfico pela Universidade Federal de Santa Catarina. “Foi apenas esperar pelo diploma e pelo visto para vir para os EUA”, resume, que mora nos Estados Unidos desde 2009.

Confira abaixo a entrevista com o designer gráfico:

AcheiUSA – Por que você veio para os EUA?
Henrique Naspolini – Pelo mesmo motivo que estou nos EUA hoje, trabalhar na indústria de games. Eu havia recebido uma proposta de trabalho de um estúdio de games chamado Ignition Entertainment, na época situado em Gainesville (Flórida), antes mesmo de me formar em Design Gráfico pela Universidade Federal de Santa Catarina. Foi apenas esperar pelo diploma e pelo visto para vir para os EUA.

AU – Como conseguiu o trabalho na empresa onde está atualmente?
HN – Entrei em contato diretamente com o estúdio. Naquela época havia uma vaga aberta para profissionais da minha área, Character Artist, então decidi enviar meu currículo e portfólio. Eles se interessaram pelo meu perfil e iniciaram o processo de seleção, que inclui um art test, uma entrevista por telefone e uma entrevista on-site. Depois de alguns meses eu fui contratado.

AU – Quais trabalhos já desenvolveu nos EUA?
HN – Trabalhei em jogos como Borderlands 2, Spec Ops: The Line, Duke Nukem Forever, Aliens: Colonial Marines e atualmente no Sunset Overdrive.

AU – Esse é o primeiro jogo do Xbox que vc ajuda a fazer?
HN – Para Xbox One, sim.

AU – Você disse que o grupo está trabalhando no projeto há 3 anos. Geralmente leva todo esse tempo?
HN – Sim, do início da pré-produção (em que o projeto é idealizado), passando pela produção, até a data do lançamento (dia 28 de outubro deste ano) terão passado mais ou menos 3 anos. Projetos AAA (“triple A” como chamam), que é o caso de Sunset Overdrive, contam com grandes orçamentos e costumam levar de 2 a 5 anos dependendo do tamanho do game.

AU – Conte mais sobre o jogo. Personagens, história e objetivos.
HN – Sunset Overdrive é um jogo de mundo aberto, com estilo mais vibrante e cartunesco, onde o jogador pode ir onde quiser e ser quem quiser. Aliás, um dos slogans do jogo é “be who you wanna be”, dado o grau de personalização dos avatares. Em Sunset Overdrive, Sunset City está sob um apocalipse causado por uma corporação sem escrúpulos, FizzCo, e cabe ao herói (jogador) salvar a cidade.

AU – O jogo será distribuído em outubro, e depois? Já tem outros projetos em vista?
HN – A data de lançamento do jogo é 28 de outubro deste ano. Meu plano é continuar trabalhando com a Insomniac, mas infelizmente não posso comentar sobre futuros projetos, devido ao contrato de sigilo. 

AU – Trabalhar com jogos de vídeo game sempre foram sua paixão ou você entrou no ramo por acaso? Como foi?
HN – Sempre gostei muito de vídeo games e depois que me envolvi com computação gráfica (principalmente modelagem de personagens, que é a minha especialidade) percebi que poderia unir o útil ao agradável. Não diria que foi por acaso, eu gostava muito de desenhar a mão ao mesmo tempo que gostava de games, uma coisa influenciou a outra. Para mim, entrar nesse ramo foi uma evolução natural dos meus interesses. Mas confesso que a oportunidade apareceu mais cedo e melhor do que eu pensava.

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