Histórico

Brasileiros acusados de tráfico humano comparecem à corte federal em Miami

Casal foi acusado de participar de um esquema de trazer compatriotas em barcos vindos das Bahamas

Um casal de brasileiros foi acusado na segunda-feira (29) em uma corte federal em Miami de integrar uma rede que trazia clandestinamente cidadãos brasileiros para a Flórida. Os imigrantes ilegais vinham a bordo de embarcações que saíam das Bahamas, depois terem passado por outros países para despistar as autoridades.

Fabio Rodrigues Fróes e sua esposa Juliana Tomé Fróes compareceram diante do juiz federal Chris McAliley, e se declararam inocentes, menos de um mês depois de terem sido detidos no Aeroporto Internacional de Miami (MIA) como parte de uma investigação federal que revelou uma dimensão pouco conhecida do tráfico ilícito de imigrantes.

Documentos apresentados perante o tribunal indicam que os investigadores da Polícia de Imigração e Alfândega (ICE) acreditam que o casal integrava uma importante rede de contrabando de imigrantes que trouxe vários brasileiros indocumentados para o sul da Flórida. Eles seguiam este complicado sistema que incluía voos do Brasil para Paris, depois para Londres e, finalmente para Bahamas, onde os imigrantes embarcavam para o trecho final da viagem. As viagens vinham ocorrendo pelo menos desde 2009.

Histórico

Documentos da corte federal no caso Fróes mostram que a rede de contrabando de brasileiros foi descoberta devido a uma intercepção rotineira de um barco suspeito na Hillsboro Inlet, perto de Pompano Beach no condado de Broward, há dois anos. O advogado de Juliana Tomé Fróes disse que não comentaria nada, enquanto o advogado de Fabio Rodrigues Fróes não foi localizado para comentar o assunto.
Em 18 de julho de 2010, um agente da Comissão da Flórida para Pesca e Vida Silvestre (FFWC) deteve um barco chamado Got Crabs na área de Pompano Beach. A embarcação transportava quatro pessoas e uma delas, o brasileiro Wellington dos Santos Silva, admitiu estar tentando entrar ilegalmente nos Estados Unidos, vindo das Bahamas.

A partir deste momento, agentes do ICE começaram a investigar a possibilidade de uma organização de contrabando de estrangeiros.
Segundo os documentos na corte, Santos foi o primeiro de uma série de chegadas similares de outros imigrantes brasileiros que também disseram ter usado os serviços de uma agência de viagens de propriedade do casal brasileiro.

Durante sua detenção no Centro de Transição de Broward (BTC) em Pompano Beach, supervisionado pelo ICE, Santos supostamente disse a um informante que seu contato na agência de viagens era uma mulher chamada Juliana e que estava envolvida no contrabando de brasileiros para os Estados Unidos — cobrando mais de $6,000 por pessoa.

A declaração do ICE dizia que os honorários eram pagos a sócios de Juliana em Newark, New Jersey, identificados somente como Ana ou Poliana e Alexandre, Alex ou Renato. A declaração juramentada dizia que Juliana foi identificada mais tarde como Juliana Tomé Fróes.

“Juliana”, conforme a declaração do ICE, dava instruções específicas para Santos sobre como se vestir e agir como turista brasileiro, descartando seu passaporte brasileiro que havia sido emitido por um consulado brasileiro nos Estados Unidos e substituindo-o por outro expedido no Brasil, e também explicou que seu itinerário pela Europa apoiaria sua história de que era um turista segundo a declaração do ICE. Santos declarou que Juliana acertou sua passagem de avião do Brasil para Paris, depois para Londres e em seguida para Bahamas. Em cada etapa da viagem, Santos falava com Juliana e recebia instruções.

Em uma intercepção anterior de outro barco, em 16 de setembro de 2009, investigadores federais haviam descoberto indícios preliminares da rede de contrabando e a conexão familiar de Juliana e Fabio.

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