Histórico

Brasileiros ganham um ano de alívio

Casal estava prestes a ser deportado, mas conseguiu ganhar mais um período de permanência nos EUA

O mineiro Maguino Fernandes da Silva, de 32 anos, e a capixaba Alessandra Alves de Sousa, de 28 anos, pais dos pequenos Nicolas e Gabriela, de 9 e 7 anos respectivamente, viram a vida deles passar de um inferno para o purgatório, graças à intervenção do Brazilian American Democratic Club, do condado de Palm Beach.

Ambos têm a mesma história. Vieram pelo México e foram pegos por agentes de imigração. Nenhum dos dois compareceu à Corte de Imigração perante um juiz. Eles admitem ter ouvido conselhos de pessoas não conhecedoras das leis imigratórias do país e hoje estão arrependidos. Mas, ao mesmo tempo, esperançosos de que tudo seja resolvido e eles possam regularizar suas permanências aqui nos EUA.
Embora tenham se conhecido aqui, mais exatamente em Brockton, na região de Boston, Maguino e Alessandra tinham algo em comum, uma vez que a irmã dele é casada com o primo dela.

Todavia, cansados do frio do norte do país, eles decidiram vir para o Sunshine State. Maguino chegou há seis anos e Alessandra veio um ano depois, com os filhos. O calvário do casal começou quando ela foi renovar sua carteira de motorista há três anos. A funcionária verificou que meu visto e minha I94 eram falsos. Ela me disse que eu poderia até mesmo ser presa por causa daquilo, contou Alessandra.
Um tempo depois, agentes do Serviço de Imigração foram até sua casa. Eles disseram que não estavam atrás de mim, mas queriam saber quem fez os documentos falsificados para mim. Respondi que era um brasileiro que havia conhecido naquela época, mas ele já havia voltado para o Brasil, contou Alessandra.

Como tanto ela como o marido tinham ordens de deportação contra eles, foram detidos e passaram a usar tornozeleiras de monitoramento. O juiz não aceitou nossos argumentos, porque não comparecemos à Corte nas datas previstas”, disse Alessandra. Diante disto, eles determinaram que o casal seria deportado e nos aconselharam a procurar um advogado de imigração. Eles contrataram então Edward Cifuentes.

Ajuda providencial

Apesar da assessoria jurídica, a situação deles continuou difícil. Aí, entrou em ação o Brazilian American Democratic Club, localizado no condado de Palm Beach. C. Shahid Freeman entrou com uma carta de proteção para o casal, alegando que eles têm dois filhos americanos. Além disto, o menino sofre de asma, e isto ajudou bastante, admitiu Maguino.

Agora, diante deste fato novo, a Imigração estipulou o prazo de 8 de janeiro de 2013 para que este caso seja solucionado. Este homem (Shahid) foi muito importante porque nos tirou da pressão psicológica que vínhamos sofrendo. Eles ficavam o tempo todo pressionando para comprarmos as passagens, mas nunca informavam a data em que seríamos deportados. É lógico que não compramos, comentou Maguino.

Primeiramente, eles iam ao posto da Imigração em Delray Beach, no condado de Palm Beach, depois passaram a ir para North Miami, em Miami Dade. E submeteram-se a uma situação desconfortável, segundo Maguino: Além disto, determinaram que teríamos de estar em casa até 8 horas da noite e sair de casa somente após as 6 horas da manhã. E frequentemente iam até nossa casa para verificar. Isto me prejudicou porque trabalho em construção e perdia sempre um ou dois dias de trabalho. A esposa ajudava na medida do possível, fazendo limpeza de casas e depilação na própria casa.

Agora, a situação melhorou. Eles vão poder tirar as autorizações de trabalho e as carteiras de motorista, enquanto aguardam o final do processo. Shahid explicou que o fato deles terem filhos americanos e bons antecedentes contribuiu positivamente para conseguir a carta de proteção: Além do mais, eles já se sacrificaram muito e pagaram suas dívidas para com a sociedade. Acredito que eles possam obter uma via para a legalização. O mais importante, no momento, é que não serão removidos e poderão viver normalmente no país por um certo tempo.

Ele revelou que o caso já foi levado ao conhecimento do staff do senador democrata Bill Nelson, que é simpático à causa dos imigrantes indocumentados. Aliás, Shahid tem esperança de que em breve será aprovada uma lei que beneficie aqueles que estão vivendo em situação irregular no país. E esta esperança aumentou ainda mais depois do discurso do presidente Barack Obama no Congresso durante seu State of Union.

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