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Buscas por mineiros presos em mina dos EUA pode levar uma semana

da Folha Online

As condições perigosas que forçaram trabalhadores de resgate a interromperem buscas por seis mineiros presos em uma mina de carvão no Estado de Utah (EUA) podem impedir que eles sejam encontrados por pelo menos mais uma semana, afirmou nesta quarta-feira um executivo da empresa responsável.

Os mineiros estão presos desde a última segunda-feira (6), quando ocorreu um desabamento na mina Crandall Canyon.
Vista aérea da mina na qual ainda estão presos os trabalhadores
A demora faz cair as chances de os seis trabalhadores serem encontrados vivos.

Robert E. Murray, diretor da Murray Energy, proprietária da mina, disse que atividades sísmicas destruíram todo o progresso que a equipe de resgate havia feito até agora.

O trabalho de resgate deverá ser reiniciado na tarde de hoje. Murray afirmou ontem que, se os mineiros tiverem sobrevivido ao desabamento do túnel na segunda-feira, “há muito ar lá `na mina` para sobreviverem por semanas, e há água”.

O inspetor-chefe de minas do governo, Al Davis, foi mais cauteloso. “Estamos torcendo para haver ar lá embaixo. Mas não temos como saber isso”, disse Davis.

Buracos

Ontem, o resgate tentou cavar buracos com brocas através da montanha para tentar atingir o local onde os mineiros estão presos. Dois buracos estavam sendo cavados verticalmente para tentar levar ar e comida para os mineiros, disse Richard Stickler, chefe da Administração Federal de Segurança e Saúde em Minas dos EUA.

Os buracos são pequenos: um tem cerca de seis centímetros de diâmetro e o outro um pouco menos de 23 centímetros de diâmetro. Mas, segundo Murray, eles poderiam levar informações sobre a situação dos mineiros nos próximos dias.

As autoridades afirmam que os mineiros estavam a 457 metros de profundidade quando a mina desabou. A Crandall Canyon fica cerca de 225 quilômetros ao sul de Salt Lake City, capital de Utah.

Causas

As causas do desabamento da mina causaram polêmica na mídia dos EUA. Jornalistas sugeriram que a queda do teto de galerias não foi causada por um terremoto, como anunciado inicialmente, mas sim por uma ação dos mineiros –eles teriam retirado os últimos pilares de carvão da mina.

Reuters

Jon Huntsman, governador de Utah (à esq.), e Robert Murray deram entrevista coletiva
“Isso foi causado por um terremoto”, protestou Murray. “Não foi nada que a Murray Energy fez, nem nossos empregados, nem nossa gerência. Foi um desastre natural. Um terremoto. Eu vou provar a vocês”, acrescentou.

Especialistas governamentais, porém, não puderam garantir que as atividades no solo registradas na última segunda-feira foram um terremoto. Há indícios de que os registros mostram apenas o colapso da mina em si.

Sismógrafos registraram um evento de magnitude 3,9 na escala Richter nas primeiras horas do dia do colapso, e autoridades pensaram inicialmente se tratar de um terremoto. Mais tarde, pesquisadores da Universidade de Utah e do Centro de Pesquisas Geológicas dos EUA afirmaram que o tremor sentido fora provavelmente o próprio colapso da mina.

A empresa Murray Energy afirma que o tremor foi registrado com um epicentro mais de mil metros abaixo do local onde os mineiros estavam.

O Centro Nacional de Informações do Terremotos no Colorado disse que vários eventos sísmicos foram registrados desde então, mas que eles podem ser apenas reflexos do desabamento da mina.

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