Histórico

Bush diz que Irã fornece armas à insurgência iraquiana

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse nesta quarta-feira durante sua primeira entrevista coletiva deste ano, na Casa Branca, estar convencido de que o Irã é provedor de armas mortais a insurgentes no Iraque, embora ele não possa provar que as ordens para este tipo de negociação sejam dadas pelo alto escalão de Teerã.

“Posso afirmar com certeza que a força Al Qods, parte integrante do governo iraniano, forneceu armas sofisticadas que causaram danos a nossas tropas `no Iraque`, mas não sei se o grupo recebeu ordens do alto comando do governo `iraniano`.”

Ele disse ainda que está protegendo os soldados dos EUA contra ameaças de armas letais. “Eu vou fazer algo sobre isso”, afirmou.

Em seu discurso, Bush também pediu ao Congresso que aprove o orçamento militar extra para dar continuidade às operações no Iraque. O plano inclui o envio de 21.500 soldados adicionais –que vão se juntar aos 132 mil já presentes no país, totalizando 153.500 efetivos. A guerra já custou aos EUA, além do desgastes políticos, mais de US$ 400 bilhões. A força extra custará mais US$ 5,6 bilhões.

Jim Bourg/Reuters

O presidente americano, George W. Bush, durante coletiva de imprensa nos EUA
“Nossas tropas estão contando com os líderes eleitos, esperando receber o apoio deles para realizar sua missão”, disse Bush. Há quatro dias democratas e republicanos têm discutido o que deve ser feito e suas posições sobre o assunto Iraque são bastante claras: os democratas apóiam uma resolução que interrompa a escalada do uso da força no país árabe, enquanto republicano apóiam a continuidade das operações.

A Guerra do Iraque é um dos principais embates entre Bush e o Congresso –dominado pela primeira vez em 12 anos pelo Partido Democrata. A líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, acusar o governo de “brincar de política” com as vidas dos soldados. Pelosi era uma dos 55 democrata e 37 republicanos que falaram sobre este assunto durante 11 horas de debate ontem.

Desde o início do conflito, em março de 2003, os EUA já perderam mais de 3.100 soldados, o que acirrou a rejeição popular à forma como o presidente americano conduz as operações militares no Iraque. No lado iraquiano, dezenas de milhares de pessoas perderam a vida.

O possível bloqueio do orçamento é um trunfo considerado pelos democratas no Congresso para barrar o aumento das tropas no Iraque.

Bush também disse que levará tempo até que Bagdá possa viver uma situação pacífica, sem violência. O presidente dos EUA também denunciou a ocorrência de uma limpeza étnica em certas partes de Bagdá. “A questão fundamental é saber se podemos ajudar esse governo `iraquiano` a dispor de serviços de segurança suficientes que garantam o fim da limpeza étnica que ocorre em certos bairros”.

Coréia

Sobre o acordo anunciado ontem que visa barra as atividades nucleares da Coréia do Norte, Bush disser ser um “bom primeiro passo, mas que ainda resta muita coisa por fazer”.

Pyongyang se comprometeu nesta terça-feira, em Pequim, a iniciar nos próximos dois meses o desmantelamento de suas instalações nucleares em troca de ajuda em energia que corresponde a US$ 300 milhões, segundo um acordo assinado entre os seis países participantes das negociações (Estados Unidos, China, Rússia, Japão e Coréias do Norte e do Sul).

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