Histórico

Cidade de Plainfield (NJ) terá ID especial para indocumentados

Novo documento não definirá a situação imigratória

Criam documento de identidade para indocumentados em Plainfield, Nova Jersey

DA REDAÇÃO COM EFE – A comunidade imigrante de Plainfield (Nova Jersey) poderá obter um documento de identidade a partir do próximo 22 de novembro, quando a fundação “Angels for Action” começará a emitir este documento após ser aprovado pelo Conselho desta cidade, com 45% de população latina, de acordo com a agência Efe.

O documento não definirá a situação imigratória dos imigrantes indocumentados, mas ajudará as autoridades a reconhecer as pessoas que até agora não possuem uma identificação.

Blanca Rosa Vilchez contou à Univision o caso de José Mario San, um padeiro que há 12 anos busca literalmente amassar seu futuro em Plainfield, Nova Jersey, mas até agora seus esforços não lhe permitiram regularizar sua situação imigratória.

Como ele se encontra na metade da comunidade latina desta cidade, a partir da próxima semana um cartão mudará um pouco a realidade desta população.

“O ID vai servir para muitas coisas, quando alguém vai passear em outro lugar e lhe pedem sua identificação, é bom e deve-se ensinar a polícia para que veja de onde a pessoa vem”, afirmou José Mario San, imigrante de Plainfield.

Outros dois condados de NJ concedem identificações

Plainfield converte-se assim no terceiro condado do estado a conceder documentos de identidade, depois das cidades de Trenton e Princeton, onde há dois anos começou o programa pelos esforços da ativista María “Sharo” Juega, que fundou e dirige o Fundo Latino-americano para a Defesa Legal e Educativa.

Já em Plainfield, Carmen Salavarrieta, diretora de uma organização que ajuda a comunidade indocumentada local, foi quem lutou para conseguir este cartão que foi aprovado pela polícia e pela municipalidade e pode ser mostrado como passaporte válido.

“Necessitávamos da autorização das autoridades para que eles saibam que o cartão é real e não me digam que isto é falso, como fazem com muitos outros documentos que muitos deles têm, quando pararem uma pessoa e ela mostrar o cartão”, afirmou Carmen Salavarrieta, diretora do “Angels for Action”.

A cidade de Plainfield treinará os policiais para reconhecer estes cartões.

Abusos contra imigrantes por falta de uma identificação

“Há pessoas que tiveram acidentes de carro e morreram e os policiais não têm a menor ideia de quem são”, acrescentou Salavarrieta.
Para diaristas como Francisco Ixcuna Olmos, a identificação lhes servirá para evitar serem detidos pela polícia.

Em Plainfield foram registrados mais de uma dezena de assaltos graves contra indocumentados que carregam dinheiro em efetivo por não ter uma conta bancária pelo fato de não possuírem identificação para abri-la.

As exigências para solicitar o documento são: um passaporte ou registro de nascimento, um atestado de residência, assim como a fotografia do solicitante que será tirada na fundação “Angels for Action”, embora precisem levar outra identificação com fotografia.
O que é preciso para processá-la?

Se o imigrante não conta com o passaporte ou registro de nascimento, Salavarrieta assegurou que a organização lhes ajudará no processo de contatar os consulados para que emitam os documentos, de acordo com a Efe.

Indicou ainda que o documento terá um custo de $10 para cobrir os gastos do material, já que o trabalho dos membros da organização é gratuito.

Explicou que contam com uma máquina para preparar este tipo de cartão, que terá um código de validação invisível, embora a Polícia poderá detectá-lo, e que não leva mais de quinze minutos para prepará-la.

A ativista lembrou que alguns funcionários municipais se opuseram à iniciativa.

“Todos são ‘americanos’ e não entendiam as necessidades das pessoas em ter este cartão e por que isto teria de ser aceito pelas autoridades. Explicamos a eles que muitas destas pessoas não têm carteiras de motorista ou as perderam ou não têm passaporte”, concluiu.

Compartilhar Post:

Baixe nosso aplicativo