Histórico

Coréia do Norte alerta EUA contra isolamento

País pode ter realizado testes nucleares na última semana

O “número dois” do regime norte-coreano, Kim Yong-nam, classificou nesta segunda-feira como um “sucesso histórico” o teste nuclear supostamente realizado por seu país há uma semana e alertou os Estados Unidos de que o “isolamento” de Pyongyang é “o pior que pode acontecer”.

Em declarações divulgadas pela televisão central norte-coreana e reproduzidas pela agência japonesa “Kyodo”, Kim Yong-nam, presidente do Presidium da Assembléia Popular Suprema de Pyongyang, aconselhou Washington a abandonar seu plano de “suprimir” a Coréia do Norte.

Foram as primeiras declarações feitas pela cúpula política de Pyongyang desde o último sábado, quando o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução que condena e impõe sanções contra o regime comunista pelo teste nuclear realizado na segunda-feira passada.

“Trata-se de um evento histórico para a Coréia do Norte”, disse o dirigente norte-coreano, que, pouco depois da realização do teste nuclear, advertiu que o regime comunista poderia fazer um novo teste atômico se os EUA mantiverem sua política de “hostilidade”.

Mesmo emendada pelas pressões da China e Rússia, os dois últimos aliados que ainda restam para a Coréia do Norte, a resolução aprovada pelo Conselho de Segurança no sábado se baseou no texto elaborado pelos Estados Unidos.

A resolução exige que o país suspenda imediatamente suas atividades nucleares e proíbe a venda ou transferência de qualquer tipo de material relacionado com armas “não convencionais” à Coréia do Norte.

Também estabelece o bloqueio aéreo, a proibição da venda de artigos de luxo e o embargo das contas dos governantes norte-coreanos no exterior.

O texto também exige que Pyongyang retorne sem condições prévias às conversas com Coréia do Sul, China, Rússia, EUA e Japão sobre seu programa atômico e que acate imediatamente o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.

Em declarações feitas a meios de comunicação japoneses em Nova York divulgadas nesta segunda-feira, o ministro de Relações Exteriores da Coréia do Sul e futuro secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que está disposto a viajar para a Coréia do Norte para se reunir com Kim Jong-il e tentar diminuir a crescente tensão na península.

Ban também disse que a rejeição imediata que a Coréia do Norte expressou à aplicação da resolução e às sanções representa uma “grande decepção” e nunca deveria ter sido manifestada por um país-membro da ONU.

O novo secretário-geral da ONU, de 62 anos, indicou sua satisfação pela adoção da resolução e prometeu todo seu esforço em sua aplicação. Ban também falou sobre sua intenção de criar o cargo de enviado especial permanente da ONU à península coreana.

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