Histórico

Deic busca arsenal de dinamite do PCC

Policiais do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado estão seguindo pistas para descobrir as identidades dos seqüestradores do jornalista da TV Globo

A polícia está rastreando o arsenal de dinamite do Primeiro Comando da Capital (PCC). Parte do material aparece no vídeo que a facção fez e cuja exibição pela TV Globo foi a condição para a libertação do repórter Guilherme Portanova, que ficou 42 horas em poder dos criminosos que o haviam seqüestrado em companhia do auxiliar técnico Alexandre Coelho Calado.

O que os policiais do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) querem descobrir é o número do lote da dinamite para tentar saber a origem do material exibido pelo PCC no vídeo enviado à Globo. A inteligência policial sabe que a organização está por trás de roubos de dinamite ocorridos em pedreiras do Estado. Teme-se que o explosivo seja utilizado em ataques a órgãos públicos.

A descoberta do lote de fabricação pode levar os investigadores à origem da dinamite. Assim, espera-se chegar aos possíveis responsáveis pelo seqüestro do jornalista.

O que a polícia tem são suspeitas. Uma delas é a de que Sherley Nogueira dos Santos, o Fininho, seja o homem que aparece na fita de vídeo lendo o manifesto do PCC. Santos fugiu do Centro de Progressão Penitenciária de Campinas em 2004. Ele é ainda apontado como o homem branco dos três retratos falados divulgados.

Além dele, outro possível participante do seqüestro é Carlos Antônio da Silva, o Balengo ou BL, um ex-presidiário muito próximo da cúpula da organização. Os dois são os principais chefes da facção em liberdade no Estado. Balengo é parecido com um dos outros retratos falados. Portanova achou, por meio das fotos de Fininho e de Balengo, que eles são semelhantes aos seus seqüestradores.

O problema é que as imagens são da época em que ambos estavam no sistema prisional. Os cabelos curtos e a qualidade das imagens pode ter dificultado a identificação dos bandidos. Apesar disso, as fotografias deles foram distribuídas para as Divisões de Crimes Contra o Patrimônio e anti-seqüestro.

O Deic suspeita ainda da participação do chileno Maurício Hérnandez Norambuena, líder dos seqüestradores do publicitário Washington Olivetto, no planejamento do seqüestro. Norambuena está detido com a cúpula do PCC. O líder da facção, Marcos Camacho, o Marcola, revelou a policiais que Norambuena é seu melhor amigo na prisão.

Fênix – Outra tentativa da polícia para tentar identificar os autores do seqüestro é usar o sistema Fênix. Trata-se de um equipamento de identificação digital de voz, imagem e impressões digitais que a Polícia Civil começou a usar recentemente. Foi por meio dele que os policiais selecionaram as fotos de suspeitos do crime, todos eles ex-presidiários ligados ao PCC. Outra tentativa é tentar usar o banco de dados de voz para identificar o homem que aparece no vídeo no PCC.

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