Histórico

Desemprego é o novo temor no mundo

Crise global pode causar a demissão de oito milhões de pessoas nos próximos dois anos

Os problemas de ordem financeira já estão deixando economistas e políticos assustados, especialmente com a chamada terceira fase da crise: o drama social. Na Europa, são quase 10 mil novas demissões a cada dia. Nos EUA, relatório apontou a perda de mais de 1,2 milhão de postos de trabalho entre janeiro e novembro e considerou esse o principal fator para determinar que o país está em recessão desde dezembro do ano passado. No Brasil, os indicadores de emprego ainda resistem, mas o desaquecimento da atividade provocado pela crise global já dá sinais de que esse quadro pode ser afetado. 

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que o número de desempregados nos países que integram a organização poderá aumentar em 8 milhões nos próximos dois anos apenas. O desemprego poderia subir dos atuais 34 milhões para 42 milhões até 2010.

O mercado de trabalho americano fez o maior corte de vagas dos últimos 30 anos em novembro, levando a taxa de desemprego para o nível mais elevado em 15 anos, subindo para 6,7%, de acordo com o Departamento de Trabalho. Os cortes de empregos feitos nos últimos três meses já somam 1,2 milhão, contabilizando as revisões nos números de outubro e de setembro.

Na Europa a situação não é muito diferente. No Reino Unido, o governo divulgou a pior taxa de desemprego em 16 anos e uma recessão – 1,8 milhão de pessoas perderam seu trabalho em 2008. Na França, o número de desempregados subiu para 7,7% no terceiro trimestre e estima-se que mais de 1,2 mil pessoas recebem cartas de demissões por dia. Mas a perda de emprego tem sido mais acelerada na Espanha, onde a taxa de desemprego atingiu 12,8% em outubro.

Já no Brasil, a taxa de desemprego no Brasil ficou estável em 7,5%, a menor do ano, mas o desaquecimento da atividade provocado pela crise global já dá sinais de que pode afetar esse quadro. A Vale, por exemplo, anunciou a demissão de 1.300 empregados no mundo inteiro devido à retração da demanda mundial. Representantes do setor de construção civil, importante empregador, também já anunciaram que o cenário de contratações é incerto.

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