Histórico

‘Dia do Basta’ em Miami teve pouca mas significativa participação popular

Organizadores consideram que encontro foi um início promissor para novas manifestações

Joselina Reis

Poucos foram ao Dia do Basta em Miami, mas quem foi sabia exatamente porque estava pedindo “um basta”. A corrupção no Brasil, principalmente na política, motivou a criação do movimento, que começou nas redes sociais e agora começa a chegar às ruas em algumas cidades brasileiras e grandes centros fora do País. Em Miami, no domingo 21, alguns brasileiros mais preocupados com a falta de impunidade se reuniram próximo ao Consulado-Geral do Brasil na cidade para protestar.

Munidos de camisetas verde-amarelas e muita convicção, eles ergueram cartazes, sonhando com a possibilidade de que as coisas um dia mudem no Brasil. “As pessoas precisam sair às ruas, como na época do Collor e mostrar que estão indignadas”, disse durante a manifestação o empresário brasileiro Bruno Contipelli, organizador do protesto.

A presença tímida dos brasileiros (ao todo quinze pessoas participaram do evento) não intimidou Contipelli, que já planeja o próximo protesto para o dia sete de setembro, no mesmo local. “Vamos continuar. Hoje vieram quinze, quem sabe na próxima vêm 30, e assim vamos seguindo em frente. O importante é não desistir”, argumenta.

A esperança e a vontade de mudança de Contipelli contagiaram o médico ortopedista brasileiro Ronaldo Valência. Ele ficou sabendo do evento, que aconteceu das 10am até as 4pm, através do Facebook e fez questão de participar. “Aprendi com minha família a amar o Brasil, a ser patriota mesmo morando fora e achei o projeto muito interessante. Acho que todos deveriam manter essa ‘brasilidade’”, opina.

Valência acredita que protesto ainda é a melhor maneira do povo exigir mudanças. Ele também não se decepcionou com a falta de interesse da comunidade brasileira. “É assim mesmo. Um contagia o outro e mais outro e assim sucessivamente. Quando menos se espera, eventualmente tudo muda”, conta esperançoso.

Outra brasileira que compareceu ao protesto, Valéria Trauer, acabou de chegar do Brasil dois dias antes do Dia do Basta e se dizia chocada com o que viu e ouviu no Brasil. “A falta de segurança e a corrupção estão acabando com o meu país”, reclamou. Ela conta que ficou indignada ao saber que os negócios públicos no Brasil só são fechados à base de propina. “Eu vi isso, e as pessoas não lutam pelos seus direitos”, reclama.

Bruno Contipelli, organizador, fez questão de lembrar que não vai parar de convocar os brasileiros para outros movimentos pedindo mudança no Brasil. “Mesmo morando fora, nós nunca deixamos de ser brasileiros. Quem sabe os outros veem que o nosso País está se organizando e resolvem entrar na luta”, disse.

O Dia do Basta surgiu nas redes sociais no Brasil para chamar a atenção da população quanto à moralidade entre os políticos. O site do movimento no Brasil é www.diadobasta.org/comuv. Em Miami, quem quiser participar do próximo dia Dia do Basta, planejado para o dia sete de setembro, dia da Independência do Brasil, deve se cadastrar pelo endereço http://www.facebook.com/events/406641056089735.

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