A projeção de economistas de instituições financeiras para a inflação neste ano disparou para quase 7% após o anúncio de aumentos de impostos ao mesmo tempo em que a estimativa de crescimento da economia despencou.
De acordo com o Boletim Focus, realizado pelo Banco Central e divulgado nesta segunda-feira (26), a projeção para a alta do IPCA neste ano foi elevada pela quarta semana seguida, a 6,99%, contra 6,67% anteriormente.
A última vez que a inflação oficial brasileira ficou acima de 7% foi em 2004, quando o IPCA subiu 7,60%. A meta oficial é de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
A forte revisão da projeção no Focus aconteceu depois que o governo anunciou pacote de aumento de impostos, com destaque para tributos sobre combustíveis, como parte da investida do governo para colocar as contas públicas em ordem.
A alta dos preços administrados é uma das maiores fontes de pressão neste ano, e a estimativa para esse caso subiu para 8,70%, alta de 0,5 ponto percentual sobre a semana anterior.
O IPCA-15, prévia da inflação oficial, acelerou a alta de 0,89% em janeiro, maior nível em quase quatro anos, como resultado dos preços de alimentos e tarifas públicas, acumulando alta de 6,69% em 12 meses.
Para o final 2016, entretanto, a perspectiva para o IPCA no Focus foi reduzida em 0,1 ponto percentual, a 5,6%.
Cheque especial
A taxa média de juros no cheque especial chegou a 200,6% ao ano em dezembro do ano passado, segundo o Banco Central. Esse é o maior percentual desde fevereiro de 1999, quando o juro nessa modalidade estava em 204,3% ao ano.
Durante esse período, o cheque especial chegou a cair a 136,3% ao ano, marca atingida em maio de 2013. Esse foi o menor valor das estatísticas do BC, que começam em julho de 1994 para essa taxa. Naquela época, o juro dessa modalidade atingiu o pico de 294% ao ano.