Histórico

Dois funcionários públicos suspeitos da autoria da lista negra

Segundo o governador Gary Herbert, a difusão da lista com informações protegidas é um delito estadual

O governador de Utah, Gary Herbert, e o advogado geral do estado, Mark L. Shurtleff, confirmaram que dois emprgeados públicos são suspeitos de terem feito uma lista de 1.300 imigrantes hispânicos enviada aos jornais locais
Segundo o governador Gary Herbert, a difusão da lista com informações protegidas é um delito estadual, passível de até seis meses de prisão e multas de até mil dólares.
E as primeiras investigações apontam para dois suspeitos, que integram o Departamento de Serviços Trabalhistas de Utah, os quais também podem ter infringido leis federais, explicou Herbert. “Eles violaram as leis federais ao compartilhar informações com outras pessoas, e pouco importam as razões pelas quais fizeram. Creio que, quando as investigações estiverem concluídas, serão formalizadas denúncias sérias que levarão a declarações de culpa”, acrescentou.
O Departamento de Serviços Trabalhistas de Utah responde pela administração dos serviços de desemprego, Medicaid, seguro de saúde para crianças e vales para comida.
Por seu lado, Shurtleff disse estar esperando a conclusão das investigações para apresentar as denúncias. Em sua opinião, “é inaceitável pedir que o povo vigie uma mulher grávida simplesmente por suspeitar que esta pessoa seja indocumentada”, criticou.
Shurtleff considerou necessária uma reforma imigratória e salientou que esta nova legislação “não será obtida com o espírito de ódio e racismo que está por trás desta lista”.
A lista, difundida no início da semana, é um documento de 30 páginas e enviado por um grupo denominado “Concerned Citizens of the United States” (Cidadãos Preocupados dos Estados Unidos), do qual nada se conhece. O documento contém informações privadas sobre 1.300 imigrantes latinos, incluindo nomes, datas de nascimento, telefones e endereços, e em alguns casos seguro social e datas de nascimento dos filhos.
Para a senadora estadual Luz Robles, que participou da conferência de imprensa com Shurtleff, “ficou claro que se cometeu um crime, talvez motivado pelo fato de a nova lei do Arizona ter levado o debate sobre imigração a um novo nível”. Ela classificou a distribuição da lista como algo “alarmante, triste e negativo” e afirmou que “o direito à privacidade de todos os habitantes de Utah foi violado”.
Por este motivo, os legisladores estaduais já estão trabalhando em projetos de lei para aumentar as medidas de segurança a fim de proteger informações confidenciais e aumentar as sanções por seu uso indevido.
Robles explicou que também estão trabalhando em outros projetos que tratarão de fornecer uma “solução local e racional” ao problema imigratório. “Precisamos de leis e soluções progressistas e pró-ativas, não reacionárias como as do Arizona”, declarou a parlamentar.
Outro dos participantes da conferência de imprensa, o bispo John C. Wester, da Diocese Católica de Salt Lake City, enfatizou que “a lista não reflete a maneira de pensar nem de atuar das pessoas de Utah”. O religioso reafirmou a necessidade de não “se dar atenção aos pedidos de deportação massiva” que apareciam na lista, porque estas expulsões “gerariam caos e a destruição da rede social”.

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