Histórico

Eleições nos EUA chegam à hora da verdade

Os democratas Hillary e Obama e o republicano McCain: um dos três será o futuro presidente do país mais poderoso do mundo

Mesmo depois da Superterça, quando 22 estados realizaram as prévias com o objetivo de apontar os seus candidatos preferidos para a disputa ao cargo mais importante do mundo, a indefinição entre os democratas persiste. Ao final das primárias em estados-chaves como Califórnia e New York, é impossível determinar, com certeza, quem será o indicado do Partido Democrata: ao que tudo indica, os senadores Hillary Clinton e Barack Obama precisarão esperar mais um pouco para cantar vitória. Do lado republicano, porém, o senador John McCain ratificou seu favoritismo e praticamente assegurou sua vaga. Não seria exagero, portanto, dizer que o próximo presidente dos Estados Unidos será um destes três.

O empate técnico entre os democratas confundiu até a imprensa: algumas emissoras de televisão e jornais americanos não hesitaram em apontar Hillary como a vitoriosa da Superterça, pois conquistou o maior número de delegados, ao vencer nos estados mais populosos. Outros meios de comunicação, atribuíram o triunfo a Obama, por ter ganho em um número maior de estados. Na verdade, ninguém está errado, mas o nome do candidato do partido só será conhecido depois das primárias restantes, em Louisiana, Washington, Nebraska, Maine, Virginia, Maryland, Wisconsin, Havaí e o Distrito de Columbia, entre outros.

As últimas pesquisas confirmam o empate técnico e demonstram a força dos dois candidatos: se Obama ganhou a simpatia dos eleitores brancos, especialmente dos homens, Hillary solidificou sua posição na preferência do eleitorado hispânico. O senador por Illinois tem o seu reduto eleitoral entre negros e jovens, enquanto a representante de New York é admirada por idosos e mulheres.

No comitê de campanha da ex-primeira-dama, os correligionários negam que a senadora está perdendo a confiança dos financiadores, depois que a arrecadação caiu em janeiro. Mesmo assim, a própria Hillary tratou de esclarecer que doou cinco milhões de dólares de seu bolso para a campanha: “Meu oponente foi capaz de arrecadar mais dinheiro, é verdade. No entanto, os resultados da Superterça comprovaram que eu fiz um bom investimento”, disse Hillary. Do lado de Obama, o clima era de total otimismo. Tanto é verdade que o senador deixou no ar se participaria ou não dos futuros debates propostos pela adversária. “Minha campanha não está pautada pela senadora Hillary Clinton”, afirmou.

Entre os republicanos, a definição é bem mais clara, ainda mais depois da desistência de Mitt Romney. A não ser que aconteça um desastre, McCain, de 72 anos de idade, vai finalmente realizar o seu sonho e disputar a chance de concorrer ao lugar mais importante do país, depois da frustrada campanha em 2000. Ele é, sem qualquer dúvida, o candidato com o maior número de estados e de delegados, tendo adquirido uma vantagem substancial em relação aos adversários.

A escolha do futuro presidente só vai acontecer no dia 4 de novembro, depois das convenções democrata (25 a 28 de agosto) e republicana (1 a 4 de setembro). A posse está marcada para 20 de janeiro de 2009. Independente do resultado, esse processo já será histórico – afinal, qualquer que seja o eleito, os EUA terão na Casa Branca ou a primeira presidente mulher, ou o primeiro presidente negro, ou ainda o presidente mais velho a ocupar a cadeira.

Por Carlos Wesley – AcheiUSA Newspaper

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