Órgãos reguladores de Massachusetts, que fiscalizam empresas de remessas de dinheiro, divulgam ações para combater o crime de lavagem de dinheiro nos EUA e no Brasil
O órgão do governo que regula empresas de remessa de dinheiro no Estado de Massachusetts (The Commonwealth of MA Division of Banks) divulgou no dia 10 de julho, terça-feira, que vai rever a forma de atuar de todas as empresas e agentes que trabalham naquele Estado. A operação tem como objetivo evitar a lavagem de dinheiro e proteger o imigrante que envia dinheiro e tem sido usado por esse esquema criminoso.
No comunicado, o órgão oficial informa ter tomado conhecimento de que algumas empresas de remessa processam e efetuam o pagamento aos beneficiários de forma irregular. O único país citado nominalmente pelo regulador foi o Brasil, que, em 2011, recebeu cerca de US$ 414 milhões enviados por imigrantes a partir de Massachusetts, representando quase 20% do total de remessas feitas no estado durante o ano.
Ainda sobre o Brasil, o regulador destacou que a lei brasileira exige que todas as remessas de dinheiro devem ser realizadas através de instituições financeiras devidamente autorizadas pelo Banco Central do Brasil.
A estimativa do regulador é de que mais da metade dos US$ 4 bilhões de dólares enviados dos Estados Unidos para o Brasil no último ano tenham chegado ao destinatário por meio irregular.
A lavagem de dinheiro é um crime muito praticado por políticos corruptos, traficantes de drogas e de armas.
O desembargador federal brasileiro Fausto Martin De Sanctis, conhecido por sua incansável luta contra o crime organizado no Brasil, aprovou e elogiou as medidas anunciadas pelo órgão do governo norte-americano: Trata-se de uma das mais importantes notícias dos últimos tempos nos EUA no que diz respeito ao apoio no combate ao crime organizado no Brasil.
Com a decisão, as empresas de remessa de dinheiro que atuam no Estado de Massachusetts devem estar preparadas para demonstrar para o regulador que processam os envios de dinheiro para o Brasil exclusivamente através de instituições financeiras cadastradas e aprovadas pelo Banco Central do Brasil. O crime pode até ocorrer, mas a empresa de remessa corre sério risco de perder a licença para atuar nos EUA e receber outras punições ainda mais severas.
O desembargador Fausto de Sanctis acredita que as medidas anunciadas por Massachusetts possivelmente irão influenciar outros estados americanos a adotarem a mesma medida.
O imigrante brasileiro deve estar atento para não ser utilizado pelo esquema criminoso de lavagem de dinheiro, até porque pode ter problemas ao ser envolvido em investigação de autoridades norte-americanas. Uma das maneiras de identificar se isso está ocorrendo é fácil: Quem faz remessa deve checar com a pessoa que recebe o dinheiro no Brasil se no extrato da conta é possível identificar quem depositou o dinheiro, que deve ser uma instituição financeira. Se o depósito for feito, por exemplo, em dinheiro e sem a identificação de quem depositou, o imigrante deve imediatamente ligar o “alerta vermelho” e questionar o agente de remessa e, na dúvida, procurar outra empresa.
Depósitos em dinheiro, sem a identificação do depositante, é uma das provas de que algo de irregular foi feito na sua remessa e, agora, as autoridades estão mais de olho do que nunca.
O desembargador Fausto Martin de Sanctis aprovou a medida e acredita que isto pode servir para inibir a movimentação financeira derivada de atividades ilícitas.
“Fiquei muito feliz com a decisão de Massachusetts em relação às empresas de remessas. As autoridades americanas demonstraram preocupação com o trânsito ilegal de valores já no mês de março deste ano, quando convidaram autoridades brasileiras para esclarecimento de diversos pontos da legislação do país. Trata-se de uma das mais importantes notícias dos últimos tempos no que diz respeito ao combate ao crime organizado relacionado ao Brasil.