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Entrevista: Guilherme Inácio, o determinado

Dividindo seu tempo como ator e modelo, o paulista já tem uma meta traçada: brilhar em Hollywood

Por Tonia Elizabeth (Especial para o AcheiUSA)

Haiti-SilairEle é considerado um gato mas um gato talentoso.  Nasceu no Brasil e já fez dezenas de trabalhos no mercado americano, sem que ninguém se desse conta de que ele era “made in Brazil” até recentemente, quando aceitou um convite para apresentar um programa sobre cinema na TNT, em português. Agora, os convites estão surgindo de todos os lados com novas propostas de trabalho em várias cidades americanas e no Brasil também. Trata-se de Guilherme Siqueira Inácio, ou Gui Inácio como é conhecido.

Aos treze anos, ele se mudou do Brasil  para os Estados Unidos e, já  aos 17, fazia sua estréia como modelo, em Miami. Após alguma experiência em comerciais, ele decidiu se mudar para Los Angeles e investir na carreira de ator. Segundo Gui, o professor de Artes Cênicas Scott Schutzman teve um papel fundamental no seu desenvolvimento artístico.  Desde então, Gui já participou em diversos filmes de curta e longa metragem, além de séries americanas e brasileiras, tais como as novelas globais “Negócio da China” e   “A Favorita”.

Gui espera a gravação de três longas, para os quais já está escalado. Enquanto isso, faz sucesso como o apresentador de dois programas da TNT, da Rede Turner:  “TNT Movie Club” e  “Amo Cinema”, para o mercado brasileiro o primeiro com a conterrânea Camila Quaresma (a entrevistada da semana passada). Gui  também acaba de gravar um piloto sobre ciência e tecnologia para o Discovery Channel.

Mas o que mais sabemos sobre esse capricorniano paulista cheio de determinacão? Gui  Inácio fala, com exclusividade para o AcheiUSA.
 
AcheiUSA – Qual foi o seu primeiro trabalho? Qual a sensação de fazer o primeiro trabalho como modelo e que experiência ou treinamento você tinha na época?
Gui Inácio – Eu não lembro qual foi o primeiro, mas deve ter sido alguma coisa muito tosca… Hahaha,  eu me achava o tal; então, a sensação só alimentou essa forma imatura de enxergar a vida. Não tinha treinamento nenhum mas essa agência da época tinha uns workshops que eu achava um saco, mas fiz porque estava no mini contrato que eu assinei.
  
AU – Como surgiram as ofertas para os filmes?
GI – Ofertas?! Essa é boa… Não tive ofertas não, mas muita ralação, muita determinação, perseverança, acreditar mesmo quando ninguém acreditou… Então ofertas, só recentemente, depois de um começo com muito esforço, muito teste, muito soco em ponta de faca, muito trabalho como figurante, muito mico! Mas toda essa experiência me preparou para hoje saber dar valor às oportunidades e não permitir que elas mudem minha essência.
 
AU – Por que  foi para Los Angeles?
GI – Todos sabem que Los Angeles é a capital do entretenimento e, como optei por não entrar no mercado hispânico, só por ser brasileiro e ser mais conveniente, fui para onde o bicho pega… Eu não miro baixo, eu almejo o topo! Hollywood, lá fui eu!
 
AU – Você já conheceu ou contracenou com artistas famosos?
GI – Conheci muitos, porque morando em Hollywood e, no começo de tudo, trabalhando – seja de figurante ou de bartender em festas super exclusivas – isso é o que mais acontece. Como sempre, tratei-os como pessoas normais que são e rolava uma sinergia… Está certo que a sinergia era mais com as atrizes e a richa era com os atores…. Pegava mal alguém que ainda não era nem conhecido chamar a atenção e, seja pela minha educação, por ser um “gentleman”, por ser um palhaço ou simpático…. Sempre chamei a atenção nos ambientes em que estava…
 
AU – Quem são seus ídolos ou atores que você mais admira?
GI – mpossível não mencionar De Niro, Pacino,Jack Nicholson, mas minha lista é muito grande, pois admiro a boa atuação em geral… Mas ícones são ícones.

AU -Você conheceu a Camila Belle em LA?  E outros brasileiros ou descendentes?
GI – A Camila Belle eu conheci rapidamente na estréia do filme Adrift… Eu não tenho contato com muitos brasileiros no mercado americano, para ser sincero…  
 
AU – Qual o primeiro trabalho em português ?
GI – Meu primeiro trabalho em português –  apesar de já ter feito trabalhos como modelo no Brasil – foi apresentar o “Amo Cinema” para a TNT e, logo em seguida, o TNT Movie Club.
 
AU – Qual o conselho para outros jovens que queiram seguir essa carreira?
GI – É necessário acreditar, batalhar muito, não querer estar nessa carreira pelas razões erradas, ser muito forte mentalmente e ter uma estrutura emocional muito estável para aguentar a instabilidade desse ramo.
 
AU – Afinal, é uma carreira fácil? Como é sua rotina?
GI – Longe de ser fácil…. Muitos pensam isso, porque não tem a mínima ideia da realidade atrás do glamour… A única rotina que eu mantenho é minha academia de ginástica, que é a minha terapia. Ela me traz paz, força, e me alivia de qualquer estresse…. No mais, eu vivo minha vida uma semana de cada vez… Minha rotina muda com um email, um telefonema, um contato…. Então, hoje em dia,  fico uma semana em Miami, outra em Atlanta, onde gravo TNT, e outra em LA…. Loucura!!! Mas é o que eu sempre pedi a Deus! E estarei em breve no Brasil para compromissos de divulgação… 
 
AU – Você tem muitas fãs?
GI – Tenho que dizer com toda humildade que tinha fãs antes de trabalhar na mídia…. Não quero parecer presunçoso, mas quem me conhece, e sabe do meu dia  a dia, sabe que é real… Acho que hoje em dia, uso meu twitter e meu facebook como peças fundamentais na divulgação do meu trabalho.
 
AU – Qual a repercussão do seu trabalho como apresentador?
GI – A repercussão tem sido ótima dentro do mercado… E cada vez tenho sido mais procurado… Está rolando um reconhecimento muito bacana;  então, estou super feliz e muito empolgado… Apesar do formato do programa que apresento não ser comum no Brasil.
 
AU – Se não fosse ator e modelo, que outra carreira seguiria?
GI – Sempre fui ligado a todos tipos de esportes. Com certeza, com a disciplina que tenho, seria um atleta profissional.
 
AU – Quais os projetos futuros e qual a sua meta como ator e modelo?
GI – Já tenho um projeto com o Discovery Channel bem bacana. Espero pela estreia… E estou escalado para três longas. Quero me aprofundar em personagens que tocam as pessoas, motivando, inspirando, contagiando e abrindo os olhos para as verdades mais importantes da vida. Não tenho meta como modelo. Modelar para mim é uma atividade paralela que paga bem. Atuar é viver, mas estou curtindo apresentar e tenho notado um crescimento e desenvolvimento nas apresentações, graças à equipe com a qual trabalho, que só tem me ajudado.
 
AU – Até que ponto o talento é importante e até que ponto a beleza é fundamental ?
GI – Sempre soube que isso viria à tona…. Se você é bonito tem que mostrar talento e lutar contra o estereótipo de que conseguiu o trabalho por ser bonito, ou porque está saindo com alguém, ficando mas se é feio, tem que convencer de que seu talento é o suficiente para vender o projeto, mesmo não tendo apelo visual…. Todos encontram obstáculos de acordo com suas particularidades… Então, acredito que, em certos momentos, a aparência me ajudou e, em outros, prejudicou… 
 
AU – Quais as maiores dificuldades para entrar no mercado?
GI – Entrar é  fácil, qualquer um que hoje tem um book/portfólio pode considerar-se modelo, ou gravar umas cenas, fazer um vídeo book e se chamar de ator, ou fazer um vídeo no youtube e se chamar de apresentador…. Mas só o mercado pode te garantir isso e dar o selo de aprovação. Agora, para se manter no mercado ano após ano, aí sim quero ver… Você precisa ser forte o suficiente para lidar com as energias negativas, as tentações, as armadilhas, os falsos amigos e todas as variáveis que estão completamente fora do seu controle.


Tonia Elizabeth é jornalista e também locutora. Atuou como produtora de companhias de publicidade e canais de televisão a cabo e satélite. Foi “hostess” do programa “Entertainment Tonight” por dois anos, na versão brasileira. É também cantora de Brazilian Jazz e gravou e fez shows com artistas consagrados.

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