Histórico

Erro da imigração faz cubano pensar que era cidadão americano desde 1976

Foto: Don Burk/Reuters
Mario Hernandez

Mario Hernandez, um ex-funcionário federal e veterano de guerra que chegou aos Estados Unidos vindo de Cuba há quase cinquenta anos, sempre pensou que era cidadão americano. Mas, quando quis fazer um cruzeiro e precisou de um passaporte descobriu que não era nem mesmo residente legal.

Depois de ter sido ameaçado de deportação pela imigração, a agência voltou atrás na decisão e concedeu a cidadania a Hernandez, em Jacksonville, na quarta-feira (21).

Na agência do USCIS em Jacksonville (FL), Hernandez (58), finalmente jurou como cidadão americano ao lado da mulher e da advogada.
“Queria pular e gritar agora”, disse. “Tive a oportunidade quase 50 anos atrás e agora finalmente ela se concretizou”.

Em março, o United States Citizenship and Immigration Services (USCIS) havia negado a petição de Hernandez para a cidadania, ainda que ele tivesse direito a ela por ter lutado no Vietnã.

Em nota, o porta-voz do USCIS, Chris Bentley, pediu desculpas por sua agência ter tratado do caso como uma cidadania comum e não como uma por razões militares.

“Assim que tivemos conhecimento do erro, reabrimos o caso imediatamente”, disse Bentley. “Esta semana, ao rever o caso do Sr. Hernandez, vimos que ele se qualificava para a aprovação.”

Hernandez, apesar de ter votado em todas as eleições gerais desde o tempo de Jimmy Carter, em 1976, e ter trabalhado para duas repartições federais, incluindo o cargo de supervisor do Escritório Penitenciário (Bureau of Prisons), não era nem mesmo residente legal.
Apesar de ter passado por inúmeras verificações de antecendentes, nenhuma delas revelou seu status imigratório.

Refugiado cubano que chegou aos EUA ainda criança, Hernandez recebeu um indulto que permitia que ele vivesse e trabalhasse nos EUA, mas que não fazia dele um residente legal, mas ele pensou que os pais tinham dado entrada em todos os papéis para a residência e cidadania. Quando entrou para o Exército em 1975, pensou que o juramente feito então era para a cidadania. Mas, depois de aposentado e ao tentar tirar o passaporte para um cruzeiro, Hernandez descobriu que não possuia nenhum papel que provasse a sua cidadania.

Elizabeth Ricci, sua advogada, disse que a situação é um bom exemplo de como casos legítimos podem acabar mal dentro da burocracia imigratória. “`o serviço` é extremamente ineficiente. Neste caso, mostra bem como o sistema imigratório está quebrado.”

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