Histórico

Escândalo sexual derruba governador de New York

Eliot Spitzer, na foto ao lado da mulher, renuncia ao cargo e pode atrapalhar campanha de Hillary Clinton

Pouco adiantou o pedido público de desculpas do governador de New York, Eliot Spitzer, assumindo seu envolvimento com uma rede de prostituição de alto luxo. Dois dias após a entrevista coletiva em que afirmou, constrangido, que gostaria de reconquistar a confiança da sociedade, Spitzer renunciou ao cargo para o qual se elegeu no ano passado. “Agi de uma forma que violou minhas obrigações para com a minha família e o meu padrão”, disse o governador, cedendo às pressões dos adversários políticos, que o ameaçavam lutar pelo seu impeachment. Ele vai oficializar a decisão na próxima segunda-feira, quando assume o seu substituto, o vice-governador David Paterson.
O governador democrata, casado e com três filhos, estava em seu primeiro mandato à frente do estado. De acordo com uma denúncia do jornal New York Times, corroboradas por depoimentos de pessoas ligadas à rede de prostituição que atende grandes executivos e personalidades, a Emperors Club VIP, Spitzer teria marcado pelo menos um encontro com uma das garotas de programa da rede, mediante pagamento de cinco mil dólares pela noitada. Ele seria o cliente número 9, de acordo com os documentos apreendidos e gravações de telefonemas. A renúncia deve prejudicar a candidatura de Hillary Clinton na corrida democrata, já que Spitzer é um aliado de primeira linha da senadora. Spitzer deve abandonar a política: “Acredito que a carreira dele está no fim”, enfatizou o criminalista Ronald Fischetti.
O caso ainda vai render muitas páginas de noticiário, mas está longe de ser o único ligando um político americano a escândalos sexuais.
Quem não se lembra de Bill Clinton, que em plena gestão na Casa Branca assumiu o envolvimento com a estagiária Monica Lewinsky, depois de negar a relação sob juramento na Justiça? Antes dele, outro presidente, John F. Kennedy, manteve por vários anos um caso com a estrela do cinema Marilyn Monroe, ambos casados.

Mas eles não foram os únicos: o senador Gary Hart, principal nome da corrida presidencial pelos democratas em 1987, abandonou a disputa por ter revelado o relacionamento fora do casamento com uma modelo. Já Marion Barry, então prefeito do distrito de Columbia, foi encontrado pelo FBI na década de 90 em um hotel barato, consumindo cocaína com uma namorada. Além de ser preso, ele teve de renunciar ao mandato. Mais recentemente, o senador republicano Larry Craig – casado e que sempre se mostrou contrário a casamento entre pessoas do mesmo sexo – assediou um policial disfarçado em um banheiro de Minneapolis e não teve outra saída senão abandonar a carreira política.

Compartilhar Post:

Baixe nosso aplicativo