John Demjanjuk teria atuado como guarda em campos de concentração
Uma junta do Serviço de Imigração e Alfândegas do Governo dos Estados Unidos ratificou nesta sexta-feira a deportação de John Demjanjuk, de 86 anos, acusado de ter sido guarda de um campo de concentração nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
A deportação de Demjanjuk foi ordenada em dezembro do ano passado, após a constatação de que ele tinha participado do extermínio de judeus na Polônia.
No entanto, a deportação foi suspensa quando Demjanjuk, de origem ucraniana, recorreu a uma junta de apelações do Departamento de Justiça. O acusado, que se naturalizou americano há 30 anos, alegou que se fosse deportado à Ucrânia podia ser processado e torturado.
Mas a ordem foi confirmada agora pela junta, que considerou pequenas as probabilidades de um processo judicial, detenção e tortura na Ucrânia. Os argumentos incluídos no recurso “são especulativos e não têm fundamento”, segundo a decisão.
Bryan Sierra, porta-voz do Departamento de Justiça, disse que os trâmites de deportação começarão o mais cedo possível.
Demjanjuk perdeu a cidadania americana em 1981, ano em que foi extraditado a Israel. Lá, ele foi condenado à morte, em 1988. Alguns sobreviventes do extermínio garantiram que ele era o guarda conhecido como “Ivan, o terrível” no campo de concentração de Treblinka.
A condenação foi cancelada em 1993 pela Corte Suprema de Israel, que recebeu informação da antiga União Soviética de que outro homem, identificado como Ivan Marchenko, era provavelmente o guarda de Treblinka. Demjanjuk foi então libertado.
Recebeu de volta a nacionalidade americana em 1998, mas foi acusado pelo Departamento de Justiça de ter trabalhado como guarda em pelo menos três campos de concentração. Demjanjuk voltou a perder a cidadania em 2002.