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EUA elogiam medidas brasileiras contra o terrorismo na fronteira

O procurador-geral dos Estados Unidos, Alberto González, elogiou nesta quinta-feira as medidas adotadas pelo Brasil para combater vários crimes internacionais, entre eles o terrorismo, e mencionou especialmente a criação de um centro de inteligência na Tríplice Fronteira com a Argentina e o Paraguai.

“O Brasil adotou medidas essenciais no combate ao terrorismo, inclusive com a criação de um centro de inteligência e o envio de recursos para a área da Tríplice Fronteira”, afirmou González em entrevista coletiva que concedeu após sua reunião nesta quinta-feira em Brasília com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

Apesar de rejeitar em várias ocasiões as acusações de que essa região se transformou em ponto de passagem e financiamento para grupos terroristas, o Brasil anunciou em agosto de 2006 a criação, ao lado de Argentina e Paraguai, de um Centro Regional de Inteligência em Foz do Iguaçu.

O centro, no qual colaboram agentes de inteligência dos três países, foi instalado oficialmente para reforçar a vigilância na Tríplice Fronteira e combater a atuação de grupos de narcotraficantes e contrabandistas.

Segundo o governo brasileiro, a criação do Centro Regional de Inteligência foi um dos compromissos assumidos pelos três países em suas negociações com os EUA no âmbito do chamado Grupo 3+1.

As autoridades brasileiras consideram sua fronteira com o Paraguai como a principal porta de entrada de drogas no Brasil e manifestaram sua preocupação pelo aumento da pirataria, do contrabando, do tráfico de drogas e de armas na Tríplice Fronteira.

No entanto, o Brasil sempre rejeitou as constantes acusações do governo americano que a Tríplice Fronteira é uma base para terroristas árabes e que os imigrantes islâmicos da região financiam grupos extremistas no Oriente Médio.

Na entrevista coletiva, Gonzales, que também é secretário de Justiça dos EUA, disse que na reunião de hoje foram discutidas as estratégias do Brasil para combater diferentes crimes de caráter internacional, assim como um acordo de cooperação entre ambos os países para enfrentar tais desafios.

“Debatemos o árduo trabalho do Brasil no combate aos crimes cibernéticos e aos crimes de propriedade intelectual. Brasil foi um líder na Organização dos Estados Americanos (OEA) no tratamento aos crimes cibernéticos”, afirmou.

O ministro brasileiro disse que no encontro foi estipulado um mecanismo de consultas bilaterais na troca de experiências para o combate a crimes como a lavagem de dinheiro, o tráfico de drogas, os delitos cibernéticos e o terrorismo.

Segundo Bastos, as consultas serão semestrais, uma vez em Brasília e outra em Washington, para que a cooperação e os acordos de combate a crimes internacionais possam ser periodicamente revisados pelos ministros de ambos os países.

Gonzales iniciou hoje uma visita de dois dias ao Brasil na qual se reunirá com diferentes autoridades para discutir desde assuntos como o combate ao crime organizado até a segurança que será oferecida aos atletas americanos que disputarão os Jogos Pan-americanos de julho no Rio de Janeiro.

Após seu encontro com o ministro da Justiça, o Procurador-geral se reuniu hoje com os governadores do Rio de Janeiro, Bahia, Brasília, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Sul.

Gonzales concluirá sua visita amanhã com uma conferência no Rio de Janeiro sobre o combate internacional à pirataria.

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