Histórico

Ex-assessor de vice dos EUA é condenado à prisão

Lewis Libby era assessor do vice-presidente Cheney

O ex-assessor do governo americano Lewis Libby foi condenado nesta terça-feira a 30 meses de prisão por um juiz nos Estados Unidos.
Em março, Libby foi considerado culpado pela Justiça por perjúrio (mentir em um tribunal de júri, sob juramento), obstrução da justiça e falso testemunho.

Ele era acusado de mentir em um tribunal e a investigadores do FBI (a polícia federal americana) sobre fatos relacionados à divulgação ilegal da identidade da agente Valerie Plame, da CIA (agência de inteligência americana).

Libby, ex-chefe de gabinete do vice-presidente Dick Cheney, entrou com recurso. O juiz distrital americano Reggie Walton disse que foi provada de forma irrefutável a culpa de Libby.

“Pessoas que ocupam esse tipo de posição, em que têm o bem-estar e a segurança da nação em suas mãos, têm uma obrigação especial de não fazer algo que possa criar um problema”, disse Walton ao comunicar a sentença.

Ainda não se sabe se Libby será preso antes do fim do processo que examinará seu recurso. Também especula-se se o presidente George W. Bush vai conceder o perdão a Libby ao invés de deixar o ex-assessor ir para a prisão.

Irã-Contras

Lewis Libby é a mais importante autoridade do governo americano a ser condenada por um crime desde o caso Irã-Contras na década de 1980.

“Respeitosamente, eu espero que a Corte considere, junto com o veredicto do júri, toda a minha vida”, disse Libby, em suas breves considerações ao juiz.

A identidade de Plame foi divulgada a jornalistas em 2003, depois que o marido dela, o ex-embaixador americano Joseph Wilson, publicou no jornal americano The New York Times um artigo em que dizia que uma das principais razões para a invasão do Iraque não tinha fundamento.

A revelação da identidade de um agente secreto da CIA, como era Plame, é crime nos Estados Unidos.

Wilson acusou a Casa Branca de vazar a conexão de Plame com a CIA para acabar com a reputação dele ou como vingança por suas críticas. A Casa Branca rejeita as alegações.

No julgamento, o tribunal analisou o possível acobertamento de quem teria vazado o nome da agente da CIA, e não quem o teria vazado.

Apesar de a pena prevista chegar a 25 anos de prisão, o promotor especial Patrick Fitzgerald pediu uma sentença de três anos para Libby.

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