Histórico

Exército americano recruta imigrantes

Programa idealizado pelo general Benjamin Freakley (foto) abre possibilidade de alistamento de estrangeiros mesmo sem documentação permanente em troca do green card

Com seu efeitvo reduzido em países como Afeganistão e Iraque, o Exército americano aposta numa alternativa de emergência para reconstituir suas tropas: a promessa de legalização imediata aos imigrantes que se alistarem, mesmo aqueles que não têm visto permanente. Segundo o idealizador do programa, o general Benjamin Freakley, a idéia é recrutar estrangeiros com habilidades para atuar nas áreas de medicina, de línguas estrangeiras e de inteligência, em troca do green card em apenas seis meses, sem inclusive a cobrança da taxa de aproximadamente 700 dólares.
Os imigrantes que possuem residência permanente neste país já são aceitos há muito tempo nas Forças Armadas, mas a nova medida – a primeira deste tipo desde a Guerra do Vietnã – quer reunir pessoas de diferentes nacionalidades, que morem nos Estados Unidos há pelo menos dois anos. “O Exército americano está presente em vários países onde o conhecimento da cultura local é fundamental”, disse o general Freakley, que é o responsável pela área de recrutamento do governo americano.
O programa-piloto vai começar recrutando apenas mil imigrantes em seu primeiro ano de execução, mas se a iniciativa der certo, o objetivo das autoridades do Pentágono é expandir a medida para todas as instituições de Defesa. Cerca de oito mil imigrantes com green card se alistam anualmente nas Forças Armadas e há pelo menos 29 mil estrangeiros atualmente servindo em alguma unidade.
O apoio ao programa, porém, não foi unânime, nem mesmo dentro do Exército. Oficiais e veteranos manifestaram, em diversas oportunidades, seu descontentamento com a iniciativa. Um deles foi Marty Justis, diretor da Legião Americana, uma organização de ex-combatentes, disse que o grupo se opõe a qualquer “fluxo excessivo de imigrantes” ao país, sem que antes seja feita uma checagem nas informações do interessado. A preocupação é que terroristas usem essa abertura para se infiltrarem nas Forças Armadas.
Vale ressaltar que o Exército não vai permitir o alistamento de indocumentados nem de imigrantes em situação regular com antecedentes criminais. “Vamos ganhar força no capital humano e os imigrantes ganharão sua cidadania americana e a possibilidade de ingressar no Sonho Americano”, justificou o general Freakley.
Segundo dados do Pentágono, 82% dos militares nos Estados Unidos têm apenas diplomas de High School (Ensino Médio) e as Forças Armadas têm encontrado dificuldade de recrutar profissionais com habilidades específicas, como médicos, enfermeiras e especialistas em línguas estrangeiras.
O programa será deflagrado em New York City, onde a expectativa é o recrutamento de 550 imigrantes temporários que possam falar alguns dos 35 idiomas de interesse do Pentágono, como árabe, chinês, russo e outras línguas.

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