Histórico

Família de catarinense tenta última cartada para tê-lo de volta ao Brasil

Advogado de Joel Lemos, acusado de terrorismo nos Estados Unidos, quer a extradição

Acusado pela explosão de uma bomba colocada no porta-malas de um carro de outro brasileiro, o catarinense Joel Lemos, de 37 anos, aguarda atrás das grades o seu julgamento numa prisão de Massachusetts. Em Criciúma (SC), porém, a família está mobilizada em busca de soluções para tê-lo de volta e o próximo passo é interceder junto ao Itamaraty pela extradição de Joel. De acordo com o advogado do caso, Osvaldo Agripino de Castro Junior, o decreto lei nº 394, de 1938, pode abrir a possibilidade para que isso aconteça.

De acordo com a legislação, que é de 1938, os brasileiros que cometem crimes contra compatriotas no exterior podem têm o direito de responder ao processo no próprio país de origem. “A lei é antiga, mas pode ainda garantir esse precedente nas relações entre Brasil e Estados Unidos. O problema é a burocracia nos trâmites aqui no Brasil, e Joel pode ser condenado nos Estados Unidos enquanto tentamos resolver as coisas por aqui”, disse o advogado. Vale lembrar que, caso haja o julgamento, o brasileiro perde o direito de cumprir sua pena no Brasil.

Terrorismo

A família está preocupada principalmente porque Joel está sendo acusado de terrorismo, o que pode resultar em prisão perpétua. Para a mãe do brasileiro, o crime foi passional, já que ele estava envolvido em um triângulo amoroso. No entanto, a hipótese de terrorismo está prevalecendo, pois Joel guardava entre os seus pertences um exemplar do Alcorão – o livro sagrado dos muçulmanos – e desenhos e instruções de como construir bombas. “A família é toda evangélica e o livro foi presente de um amigo”, garantiu Deomir Lemos, a mãe.

RELEMBRE O CASO

Joel Lemos vive nos EUA há quase 20 anos e era dono de uma pizzaria na cidade de Sormeville (MA), que possui uma grande comunidade brasileira. Na época do crime, ele era casado com a americana Cheri Ellis, que trabalhou como funcionária naquele estabelecimento.

Os problemas começaram quando Joel passou a ter problemas com o governo americano por sonegação de impostos. Naquela época, ele teria decidido ir para a Europa e, segundo informou numa carta à família, deixou a mulher administrando os negócios. A intenção era que Cheri vendesse os bens para encontrá-lo em outro continente. Mas não foi isso que aconteceu.

Desconfiado com a demora para que tudo fosse resolvido, Joel voltou para Somerville e descobriu que a americana estava vivendo com outro brasileiro, Fernando Araújo, também funcionário da pizzaria. Daí, o catarinense resolveu colocar a bomba no porta-malas do carro de Fernando, que ficou ferido, e com seqüelas nos olhos. Joel, por sua vez, foi preso em seguida e acusado de pelo menos oito crimes, entre eles destruição de patrimônio, porte de máquina mortífera e injúria.

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