Histórico

Família quer esclarecer morte da filha em New York

Moça morava na casa de uma família americana que não vem dando explicações convincentes


Cristiana Freitas Almeida da Silva e João Vieira da Silva           Jhessica Freitas

João Vieira da Silva e Cristiana Freitas Almeida da Silva, pai e mãe de Jhessica Freitas estão inconformados com a morte da filha que vivia na casa de uma família americana e morreu em circunstâncias suspeitas. Eles não aceitam a versão de que Jhessica tenha comeitdo suicídio como foi divulgado pela família americana. Inconformados com o desaparecimento da única filha, João e Cristiana cobram das autoridades mais empenho na solução do caso.

Os pais enviaram esta carta à redação do AcheiUSA, redigida pelo suboficial da Marinha, João Vieira da Silva:

“Nossa única filha Jhessica Freitas foi encontrada morta por enforcamento, pendurada a um cinto no armário do seu quarto, onde trabalhava como “au pair” na residência de um casal americano. Jhessica cuidava da filha menor do casal, uma criança especial. O casal ainda tinha mais duas filhas de sete e onze anos.

Jhessica foi encontrada morta às 14h55 do dia 1º de abril deste ano na 14 Redwood Drive, Nova York, Long Island, Great River (EUA).

Não acreditamos em suicídio

“Não acreditamos que Jhessica cometeu suicído e achamos esse caso muito suspeito. Jhessica deixou de fazer contato com a família dois dias antes de ser encontrada morta. O normal era um contato diário com a família através do Skipe, MSN e Facebook.”

John Surace era um profissional que administrava investimentos financeiros e apólices de seguros de vários policiais de Nova York, onde ela foi encontrada. John Surace afirma que passou quase dez horas dentro do quarto procurando encontrar alguma coisa suspeita. Não houve isolamento da área para fazer investigação? John Surace ligou para o pai quando o mesmo decidiu viajar para Nova York e ofereceu ajuda para pagar a passagem da mãe e cremar o corpo no país. Fez doação dos pertences de nossa filha sem a nossa autorização.

Jhessica morava e trabalhava com a família Surace há dois anos e quatro meses e já estava à procura de outra família para permanecer nos EUA e, desta forma, conseguir matricular-se em uma faculdade, que estava sendo totalmente custeada por nós.

Entre os dias 2 e 6 de março estivemos em Nova York e passamos dias felizes e agradáveis e não constatamos nenhum indício de alguém que quisesse acabar com seus sonhos.

Na quinta-feira, dia 29 de março, Jhessica ligou avisando que já havia pago o semestre da faculdade antecipadamente com o dinheiro que enviamos. Inclusive comprou um livro que faltava, com o seu próprio dinheiro. Infelizmente, esse foi o nosso último contato. Várias tentativas foram feitas na sexta-feira dia 30/03, no sábado dia 31/03 e domingo dia 1º de abril. Não houve sucesso em nenhuma delas!

Notícia trágica

Somente na segunda-feira dia 2 de abril, a mãe foi avisada. Quase 24 horas após ser encontrada pela família Surace. Por que essa demora? Quando ligamos para John Surace ele só repetia uma frase: “I’m sorry”.

Viajei para transladar o corpo para sepultamento no Brasil e não pensei em mais nada devido ao meu trauma emocional. Fiz várias perguntas, do tipo acharam alguma coisa: bilhete, carta ou algum indício de remédio que ela poderia estar tomando. Eles disseram que nada foi encontrado.

Na conversa com John Surace, por telefone contou que Jhessica havia passado a noite de sexta-feira dia 30/03 para o dia 31/03 no sábado fora da casa. Chegando somente pela manhã e que nunca havia acontecido um fato como esse em 2 anos e 4 meses. Depois, pessoalmente voltou atrás, dizendo que na realidade Jhessica havia saído e perdeu o trem das 2 horas da manhã. Por isso, teve que esperar em uma cabine policial pelo trem das 5 horas da manhã. E que no sábado Jhessica havia tomado o café da manhã com eles e parecia muito feliz. Passar a noite em claro sem dormir e chega feliz e sorridente. Será que não houve discussão, briga ou desentendimento com os Surace por causa desse episódio?

Também relatou que no mesmo dia (sábado), Jhessica havia saído para fazer compras com sua esposa e à noite desceu para se despedir dos avós das crianças que estavam na casa. Subiu para o quarto e não desceu para o café da manhã no dia seguinte (domingo) e nem para o almoço.

Então sua esposa bateu na porta e ela não respondia. John relatou que nem ele e nem as crianças se encontravam em casa neste horário e a esposa ligou falando que Jhessica não atendia a porta. Então John dirigiu-se para casa e arrombou a porta. Não havia uma chave reserva? Havia a necessidade de arrombamento?

Ao entrarem viram Jhessica parcialmente dentro de um armário de roupas com metade do corpo para fora. Ele disse que não tocou nela e chamou o 911. Disse que foi encontrada quase sentada e o armário era baixo.

O próprio John informou que ela havia cometido suicídio por enforcamento, mas não soube explicar o porque e também negou que ela estivesse tomando algum tipo de medicamento, fato esse confirmado pela polícia, no dia do reconhecimento.

Viagem aos EUA

No dia seguinte, 3 de abril, abalado física e emocionalmente, resolvi ir aos EUA para trazer o corpo de nossa filha e saber com detalhes o que havia acontecido. Marquei a viagem para às 21:00. Na tarde do mesmo dia, recebi um telefonema com uma oferta do John Surace para pagar a passagem de minha esposa e assim realizarmos a cremação do corpo e funeral nos EUA.

Cheguei ao local e fui conduzido a uma sala na qual se encontrava uma policial feminina que informou ter chegado ao local junto com o primeiro detetive a chegar ao quarto de Jhessica. A policial informou-me também que o referido investigador não poderia me atender, mas informou não ter constatado nenhuma violência nem a presença de substância controlada.

Não somos peritos em criminalística, mas achamos estranho uma pessoa morrer com seus pés tocando o chão! Saliento que não vi o corpo, nem outras fotos e nem laudo.

Notamos que o cordão da Tinker Bell, que Jhessica nunca tirava do pescoço sumiu! Em muitas fotos dela, o cordão está presente e desapareceu! Será que foi arrebentado por alguma situação? Se ela foi encontrada presa a um cinto ao pescoço, esse objeto não poderia ter-se despedaçado? Neste caso, por que não foi encontrado no local?Também sentimos a falta de um anel de ouro, que lhe
presenteamos em seu aniversário de 15 anos. O computador de Jhessica na ocasião estava com a polícia, assim como o celular.
Posteriormente, John Surace mandou-me um email dizendo que a polícia entregou o computador e o celular para ele. Os pertences não deveriam ser entregues a nós ou ao consulado brasileiro?

Informações desencontradas

Não temos nenhuma notícia de amigo, amiga, parentes ou qualquer pessoa que tenha conhecimento de reclamações da Jhessica a ponto de cometer suicídio. Não entendemos porque fomos informado do caso por John Surace! Ele pediu informações do horário da morte, que havia sido colocado na certidão de óbito, informamos que constava na certidão o horário de 14h55 do dia 1º de abril (domingo). Então, ele disse que levando em conta essa informação e retrocedendo 4 ou 5 horas, a hora da morte seria 11 horas aproximadamente, e nesse horário não havia ninguém em casa com ela.

Outro fato estranho é o aparecimento de mensagens no mural do facebook da Jhessica de uma pessoa chamada Greg, que segundo o John Surace, é um policial. Esse suposto policial postou diversas frases dizendo que Jhessica tomava um remédio controlado. Não sabemos o motivo desse tal de Greg estar postando frases com este teor suspeito. Também postou no facebook que iria informar a polícia sobre o fato, dando inclusive o nome do remédio. Entretanto ele é o único que sabe dessas informações. Será que foi investigado?

Se nem os investigadores encontraram nenhum elemento ou indícios no quarto onde aconteceu o fato, nem as pessoas que conviviam com ela sabiam desse ocorrido, como esse tal de Greg pode fazer tal afirmação? E com qual objetivo? Inclusive, o próprio Surace afirma que ela nunca usou nenhum tipo de remédio ou coisa semelhante, visto que sempre foi responsável pelo cuidado de suas três filhas.

Outro fator seria a certidão de óbito que recebi, afirmando que estaria em aberto, pois existe uma investigação em andamento. Mas, na verdade, foi marcada a opção de suicídio logo no primeiro momento sendo que havia outros campos que poderiam ser marcados como investigação em andamento ou causa indeterminada.

Como podem ter tanta certeza se as perícias estavam apenas começando? E se a polícia tem tanta certeza disso, o que a levou a cometer tal ato? Isso também pode ter sido crime, e queremos saber quem a forçou a tal ato.”

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