Histórico

‘Filme sobre Maradona deixará Pelé enciumado’, diz cineasta

O ator Marco Leonardi conversou com amigos do jogador para interpretar Maradona

Maradona, a Mão de Deus, filme sobre a vida do craque de futebol argentino Diego Armando Maradona entra em cartaz, nesta sexta-feira, em 130 salas de cinema na Itália e deixará Pelé enciumado.
É o que acredita o diretor Marco Risi, reforçando a disputa sobre qual dos dois teria sido o melhor jogador de futebol de todos os tempos.

“Quando o Pelé soube da estréia e o provável sucesso do filme sobre Maradona, em resposta, anunciou que sua vida seria retratada pelos americanos”, disse Risi à BBC Brasil, em referência à divulgação, no início da semana, da agência americana WMA (William Morris Agency) de que estaria em produção um filme hollywoodiano sobre o rei do futebol. “Se o Pelé deixar, Maradona, a Mão de Deus deve entrar em cartaz em breve no Brasil”, disse Risi.

O filme é uma produção conjunta da Itália e da Espanha, contando com um elenco dos dois países. No papel do ídolo argentino, está Marco Leonardi, conhecido do público brasileiro por suas interpretações em filmes como Cinema Paradiso e Como Água para Chocolate.

Romance ideal

Segundo o diretor, a vida do craque argentino é um romance ideal para o cinema. De acordo com ele, Maradona foi um gênio no futebol desde quando jogava nos campinhos empoeirados da periferia de Buenos Aires até a consagração no Boca Juniors, no Barcelona, no Napoli e na seleção argentina.

Mas não apenas isto é interessante em Maradona. As peripécias familiares, a dependência da cocaína, as noitadas com mulheres, a prisão, conforme Risi mostram um homem frágil, uma vítima da vida cotidiana.

“Maradona é o tipo perfeito para fazer um filme. Ele foi o jogador mais extraordinário da história do futebol, que conta com um antes e um depois de Maradona”, diz.

“Aliado a isto, a vida recheada de aventuras, tragédias e momentos de desespero tornam Maradona merecedor de muito mais do que um filme”, acrescentou.

Maradona, a Mão de Deus mostra muito mais da vida do craque argentino – romântico, rebelde, louco e companheiro – do que da carreira no futebol.

O cineasta Marco Risi

“Fazer Maradona foi emocionante e, ao mesmo tempo, muito difícil. Uma grande responsabilidade”, afirma o protagonista do filme, o ator Marco Leonardi. “Tive a sorte de conhecer pessoas importantes, amigos de infância, que contaram muitas histórias sobre Maradona e me ajudaram a superar este desafio enorme. Apesar de todos os problemas enfrentados em sua vida, ele é um rapaz do bem, uma pessoa limpa, simpática, genuína. O amigo que todos gostariam de ter”.

Mil faces

Marco Risi diz que seu filme mostra as mil faces do ex-capitão da seleção argentina: fervendo de raiva, campeão-estrela, excêntrico, chorão, drogado, generoso, vítima do sistema e de si mesmo.

Maradona, a Mão de Deus não fala do filho italiano do jogador, Diego Júnior, nem da suposta ligação com tráfico de drogas. O caso de sonegação fiscal é minimizado.

De acordo com Risi, porque os jogadores brasileiros Careca e Alemão, ex-companheiros no Napoli, também tiveram problemas semelhantes na época, com a diferença de que conseguiram administrar melhor a questão.

O título do filme, obviamente, é uma homenagem ao famoso gol de mão feito por Maradona no jogo da Argentina contra a Inglaterra na Copa de 86. Para o diretor, uma obra-prima, uma pincelada ao estilo de Picasso.

Além do filme de Risi, em poucos meses, deve entrar em cartaz um documentário de Emir Kusturica sobre o craque argentino, rodado em Nápoles, Barcelona e em Cuba.

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