O presidente da Gol, Constantino Oliveira Júnior, disse nesta quinta-feira, 29, que pretende negociar com empresas de leasing para o arrendamento de aeronaves para a Varig, de modo a reiniciar as operações no mercado internacional. “Queremos renovar a frota da Varig com leasing operacional.” Contudo, ele já adiantou que irá pleitear à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a prorrogação do prazo para que a nova Varig reinicie os vôos internacionais, que se encerra em 14 de junho. A estimativa do executivo é que a empresa consiga retomar todas as operações internacionais em um prazo de 12 meses.
Ele explicou que a Anac pode prorrogar o prazo caso entenda que essa medida é em favor do mercado. Entre as rotas que a Varig não está operando estão Nova York, Miami, Milão, Londres, Paris e Santiago do Chile. Se a Anac não conceder a prorrogação de prazo, a empresa perderá o direito a essas concessões.
O executivo afirmou ainda que a Gol continuará com sua política de baixas tarifas, com objetivo de atender a passageiros mais sensíveis a preço, enquanto a Varig vai operar com vôos diretos no mercado nacional e com serviço diferenciado. Ao ser questionado sobre como seria o serviço dos vôos internacionais, Constantino Jr. Brincou: “vamos encomendar uma barrinha de cereal de um quilo”. Ele deixou claro que o serviço da Varig será superior ao praticado pela Gol. Por conta dos serviços diferenciados, a Varig não poderá ter as mesmas tarifas baixas da Gol, ressaltou.
Dívidas antigas
Oliveira Júnior esclareceu também que a operação de compra da nova Varig não engloba as dívidas da antiga Varig, que está em processo de recuperação judicial. Ele explicou que o leilão judicial já previa que a nova empresa não carregaria os passivos, fato que contou também com a aprovação dos credores da antiga Varig. Constantino Jr. reiterou que a Gol irá cumprir todos os compromissos assumidos pela nova Varig, como a emissão de R$ 100 milhões em debêntures.