Histórico

Governo brasileiro investe na preservação da cultura brasileira entre imigrantes

Embaixador almoça com a comunidade em Boca Raton e fala sobre projetos do governo para os brasileiros que vivem fora

Por Heliana Dewesse

O embaixador Hélio Vitor Ramos Filho participou de um bate papo informal, na quinta-feira, 19, durante o almoço em mesa redonda, promovido pelo BBG-Brazilian Business Group. O encontro teve caráter de “uma conversa relaxada”, como ele mesmo indicou. Em menos de um ano no posto de cônsul Geral em Miami, o embaixador já participou de vários eventos da comunidade, deixando sempre sua marca registrada de bom baiano: a simpatia. Bem humorado e bom orador, falou claro aos presentes sobre os planos e intenções do governo brasileiro, através dos consulados em relação ao apoio e em defesa dos interesses da comunidade brasileira que vive fora do Brasil.

O Consulado Geral do Brasil em Miami pretende realizar um recenseamento para contabilizar a comunidade brasileira na Flórida. Ainda sem previsão de data, o anúncio foi feito pelo embaixador durante o almoço, tarefa para a qual o diplomata pediu ajuda do BBG e teve seu pedido atendido pelo presidente, Aloysio Vasconcellos. No passado o Consulado também tentou realizar um censo, porém sem grande sucesso, porque acabou tropeçando na temeridade de identificação do imigrante que não tem o devido status de permanência no país.

A expectativa do embaixador é de que agora, mais informados e menos temerosos, os brasileiros possam cooperar melhor desta vez.

O Brasil é o maior parceiro bilateral da Flórida no mundo, lembrou o embaixador em sua fala, destacando a crescente demanda de turistas e empresas brasileiras investindo nos EUA, em particular movimentando o mercado imobiliário. Só no ano passado, cerca de 200 mil brasileiros visitaram a Flórida. Com isso, dos 10 consulados brasileiros nos EUA, o de Miami é o mais atuante e o que mais emite passaportes para brasileiros, chegando por volta de mil por semana. Para dar conta do trânsito, o consulado agilizará o processo, através da implantação de um sistema informatizado de controle de emissão de documentos, que permitirá uma leitura mais adequada do perfil da comunidade.

Entre outras medidas, o embaixador destacou especialmente o interesse do governo brasileiro de se aproximar das comunidades brasileiras no exterior, através dos consulados e de investir na educação do brasileiro aqui fora, começando pela preservação do idioma e do seu ensino como língua alternativa, a exemplo do que já acontece em Miami, com a pioneira escola bilíngue Ada Merritt.

Há, no entanto, preocupação em relação ao conteúdo dos programas, para a qual adiantou que o governo trará professores especializados no ensino de português, para acompanhar o seu desenvolvimento.

“Há o compromisso do governo brasileiro de se empenhar neste projeto, porém toma tempo”, argumentou.

Para isso lançou também, o Programa de Formação de Professores de Português como Língua de Herança, cujo segundo curso, etapa de Miami entre os dias 20 e 22 de abril, na Universidade Internacional da Flórida (FIU). O curso é gratuito e direcionado a professores e demais profissionais envolvidos com o ensino da língua portuguesa.

Na outra mão, o governo criou ainda, com forte investimento governamental e em parceria com empresas da iniciativa privada, o Programa ‘Ciência Sem Fronteiras’, que concederá 100 mil bolsas de estudos para interessados em se especializar no exterior, das quais cerca de 40% estão destinadas aos EUA e alguns deles já estão chegando através da oportunidade, comemorou o embaixador.

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