Histórico

Grupo Pakkone

Versátil e cheio de balanço

Antonio Tozzi

Receita de sucesso. Pegue doze rapazes com muita vontade de fazer som, junte-os numa escola de música, ensaie bastante até ficar no ponto. Em seguida, leve-os a bares e casas noturnas para fazer shows e arrancar aplausos do público. Acrescente uma pitada de temporada internacional e recheie com a gravação de um CD. Para finalizar, agende visitas para cobrir shows no Brasil e no Exterior.

Leve ao forno e espere até o Grupo Pakkoné estar pronto para ser consumido. Agora, é só servir-se e deliciar-se com o ritmo dançante feito pelos rapazes.

O grupo surgiu em Alagoas, mais exatamente em um bairro da capital, Maceió, há cinco anos. Entretanto, a formação atual existe há três anos e meio. Do grupo original, só ficaram o vocalista Junior Fran e o baterista Junior. Os demais incorporaram-se depois. Todos, porém, concordam que eles se entrosaram muito bem e pretendem manter os 12 integrantes.

O nome Pakkoné surgiu de uma variedade antiga de samba, chamada poconé. O grupo, no entanto, não faz apenas samba. O som é uma mistura de swing, axé, samba, samba de roda e vem sofrendo até mesmo influências de outros ritmos como salsa, merengue, hip hop. Há cinco meses vivendo em Miami, os alagoanos estão adorando a experiência. “Tem sido bastante enriquecedor conhecer outros idiomas, outras culturas e ouvir outros ritmos”, resume o trombonista Leandro.

Aliás, enquanto estão no Sul da Flórida, todos estão estudando inglês. Uma forma de aproveitar bem o tempo e abrir novas perspectivas para o futuro. E no disco que está sendo produzido há uma faixa na qual eles cantam metade em português e metade em espanhol. Ou seja, esta diversificação cultural e musical para um grupo que ainda está no início da carreira é bastante valiosa, concordam.

Só vontade. “No início, ninguém sabia nada de música. Morávamos em Brejel do Lago, um bairro de Maceió, e resolvemos montar uma banda. Após uns cinco meses de estudos, já tocávamos alguma coisa”, conta Junior Fran. Depois, houve a reformulação do grupo e eles começaram a mostrar seu trabalho.

O Grupo Pakkoné veio para Miami, a convite de Rony Curvelo, que os viu tocando em Maceió e resolveu dar uma força para a rapaziada. Junior Fran e todos os integrantes fazem questão de agradecer a Rony pela oportunidade: “Ele teve fibra e nos trouxe para a Flórida. Aqui, temos podido mostrar nosso trabalho, com patrocínio da Mapet Foundation, e apoio da Samba Enterprises, nossa produtora.”

Os integrantes do Grupo Pakkoné admiram o trabalho de Ivete Sangalo, Ara Ketu, Timbalada, Grupo Harmonia e de alguns artistas hispânicos e americanos. A barreira do idioma não tem atrapalhado a aceitação do grupo por parte dos espectadores, uma vez que eles vêm fazendo shows em vários lugares, sempre com bastante receptividade.

Apresentações. O Grupo Pakkoné apresentou-se em eventos e casas conceituadas da Flórida. Eles tocaram em locais bastante ecléticos.

Desde o Club Tropigala, que já recebeu shows de Frank Sinatra, Liza Minelli, Gloria Estefan, Madonna, Whitney Houston, Arturo Sandoval e outros, até o famoso Festival da Calle Ocho, em Miami, e Sea World, em Orlando, durante o festival Viva La Musica, e Busch Gardens, em Tampa Bay. Também fizeram aparições em programas de televisão dos canais de língua espanhola e foram tema de uma reportagem especial do programa Planeta Brasil, da TV Globo Internacional.

Como fizeram questão de frisar, o fato de cantar em português não impede o público de se contagiar com o ritmo arrebatador do grupo. “O pessoal entra no clima, acompanha as músicas e dança bastante. É bem legal”, garante Leandro.

Eles estão em fase final de produção do disco, que tem a produção artística do conhecido produtor e compositor Pery Ribeiro – autor junto com Junior Fran de “Coraçãozinho”, uma das faixas do disco – e a coordenação do conceituado produtor musical Charles Stewart.

Outras faixas que eles acreditam que possam ser bem aceitas pelos ouvintes são “Cor da Esperança”, do argentino Diego Torres, versão de Rony Curvelo; “Requebre” e “Não Falta Nada”, de autoria dos integrantes do grupo.

O Grupo Pakkoné é formado por Junior Fran (vocal), Carlos Angel (teclados), Izenaldo (baixo), Gabriel (cavaco), Junior (bateria), João Carlos (saxofone), Leandro (trombone) e pelos percussionistas Márcio Mello, Cléber, Eric Sales e Cacá Santos, além de Alessandro, na produção.

Se você ainda não ouviu o som do Grupo Pakkoné, ou se ouviu e quer curtir novamente, anote na agenda: dia 5 de setembro eles se apresentarão na Festa da Independência do Brasil, em Deerfield Beach. Esta é, por sinal, a última oportunidade para assistir o Grupo Pakkoné este ano nos Estados Unidos, porque logo depois eles retornarão ao Brasil para divulgar o lançamento do primeiro disco, que está em fase de finalização.

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