Histórico

Grupo pede legalização do uso medicinal da maconha na Flórida

Campanha conta com dois outdoors na Sample Rd., em Pompano Beach, voltados para a população idosa

DA REDAÇÃO (COM INFORMAÇÕES DO JORNAL SUN-SENTINEL) – Um grupo de defensores da legalização da maconha para usos medicinais está usando uma tática até agora insuspeita: convencer a população idosa do Sul da Flórida.

Na terça-feira, apareceram os primeiros dois outdoors de uma campanha pela legalização da maconha, na Sample Rd., em Pompano Beach.

“Legalize Medical Marijuana” (ou “pela legalização do uso medicinal da maconha”, em português), diz um dos cartazes, mostrando uma mão divina descendo dos céus, com uma folha da planta na palma e a foto de um idoso cadeirante, com os dizeres: “I’m a Patient, not a Criminal” (ou “sou um paciente, e não um criminoso”, na tradução para o português).

Um pouco mais adiante, na mesma Sample Rd., está o segundo outdoor, com os dizeres “Reschedule Medical Marijuana” (ou “pelo estabelecimento do uso medicinal da maconha”, na tradução para o português). Na parte de baixo, há uma citação retirada da decisão do ex-juiz Francis L. Young, em 1988, sobre um caso relacionado ao uso da maconha: “One of the Safest Therapeutically Active Substances Known to Man” (“uma das mais seguras substâncias ativas terapêuticas conhecidas pelo Homem”).

Os cartazes pedem aos passantes – passageiros e motoristas dos cerca de 54 mil carros que passam todos os dias por aquele trecho da Sample, de acordo com o Departamento do Transporte estadual – que conheçam mais o trabalho da Silver Tour, patrocinadora da campanha.

A Silver Tour foi fundada por Robert Platshorn, de West Palm Beach, ex-traficante de maconha nos anos 1970, que pertencia a uma gangue chamada Black Tuna. Platshorn saiu da cadeia há cerca de quatro anos.

Aos 69 anos, Platshorn hoje dedica-se a esclarecer aos mais velhos sobre os benefícios do uso medicinal da maconha. Tem pregado seu ponto de vista em templos e centros comunitários. A maconha, ele diz, pode aliviar males comuns aos mais idosos, e mesmo substituir remédios para dormir, mas sem os indesejáveis efeitos colaterais.

“Não seria muito melhor dar um ‘baseado’ (cigarro de maconha) para a sua mãe e vê-la ir dormir sorrindo?”, diz ele.

Enquanto muitos jovens já apoiam a legalização do uso medicinal da cannabis, um apoio dos idosos poderia trazer impuso adicional à campanha. “Os idosos são uma força política ativa”, diz Platshorn. “Os idosos votam, eles têm tempo para contactar seus representantes `deputados e senadores` nas câmaras.”

A mais recente palestra da Silver Tour foi numa sinagoga de Boynton Beach, em janeiro, e resultou em 400 ligações para os legisladores estaduais, feitas pelos que foram assisti-la, diz Patshorn.

Para comemorar a chegada dos cartazes, cerca de uma dúzia de apoiadores da causa reuniram-se no All Stars Sport Bar & Grill, na esquina da Sample com Powerline, bem perto dos outdoors.

Entre eles estavam o legendário Irvin Rosenfeld (59), o corretor de valores de Fort Lauderdale, que tem fumado cerca de 300 cigarros de maconha por mês – com o fornecimento e a aprovação do governo – como tratamento para uma doença. Também estava lá Charlie Strout (56), um ex-fuzileiro naval cadeirante, de Pompano, que não pode usar o que ele acha que poderia aliviar sua dor na coluna – maconha.

“Eu adoraria experimentar”, disse. “Nas conversas com os médicos, eles me disseram que seria muito benéfico.”

Strout gastou $5 mil de seu próprio bolso para pagar os cartazes, que ficaram expostos por um mês.

Platshorn está angariando mais fundos para mais outdoors e palestras para idosos, e já tem um infomercial em produção. “Quero realmente fazer alguma coisa acontecer neste estado”, diz.

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