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Imagens maravilhosas by Ronira – Parte2

A fotógrafa colaboradora do AcheiUSA, Ronira Fruhstuck, fez uma viagem maravilhosa por algumas das regiões mais lindas do mundo, percorrendo o deserto de Tacama, no Chile, e Salar de Uyuni, na Bolívia

A fotógrafa colaboradora do AcheiUSA, Ronira Fruhstuck, continua a descrever sua viagem maravilhosa por algumas das regiões mais lindas do mundo, percorrendo o deserto de Atacama, no Chile, e o Salar de Uyuni, na Bolívia.

Novamente as fotografias revelam as lindas imagens captadas com sensibilidade e delicadeza por ela, extasiada com a beleza incomparável. Enfim, algo que ela achou muito egoísta guardar somente para si. E decidiu compartilhar com os leitores do AcheiUSA algumas fotos de tirar o fôlego. Aproveite para curtir estas imagens indescritíveis. Isto pode servir como um aperitivo, antes de ela organizar uma exposição com as fotos registradas em sua viagem.

Para maior encantamento, Ronira ainda nos brinda com um texto no qual narra o que passou durante a viagem.

O AcheiUSA está mostrando o material fotográfico captado por ela em suas edições. Acompanhe aqui a segunda parte desta aventura especial.

Lhama, animal natural dos altiplanos bolivianos, observa a paisagem da Ilha de Incahuasi, no Salar de Uyuni
Lhama, animal natural dos altiplanos bolivianos, observa a paisagem da Ilha de Incahuasi, no Salar de Uyuni

Ronira Fruhstuck
Especial para o AcheiUSA

Viagem para a Bolívia

Enfrentar o frio e a longa viagem valeu a pena para conhecer o Salar de Uyuni.

Ainda tinha que organizar a ida para Bolívia. Existem dezenas de agências de turismo em São Pedro, e é fundamental uma boa pesquisa para não entrar numa roubada. Tinha quatro dias destinados a fazer este passeio e já havia escolhido a agência.

A mocinha da agência falava e falava rapidamente num espanhol incompreensível. Só entendia: frio, hace muchissimo frio, frio e mais frio… Putz, fiquei um pouco preocupada. Entendi que iríamos em dois grupos com quatro pessoas, em dois Toyotas, tinha que levar água, a saída era às 7 da manhã, e a hospedagem estava incluída.

A garota sugeria que levássemos o saco de dormir para dentro do carro para não passar frio (que exagerada, pensei). O pior é que nem saco de dormir eu tinha! Resolvi perguntar a ela se tinham saco de dormir para alugar, ela levantou, abriu um armário e disse que tinha um ali que um turista deixou. “Era de verano, mucho flaco!”, dizia ela. Fiquei pensando: onde é que estou me metendo, será que vou acabar virando noticia e sair no Fantástico: “Brasileira congela na Bolívia pois não tinha saco de dormir!”.

Perguntei à mocinha se podia levar aquele mesmo. Ela olhou para mim, balançou a cabeça e repetiu: “Mucho flaco!”. Levei o saco de dormir assim mesmo e, meio preocupada com o que tinha me comprometido a fazer, saí da agência ressabiada e receosa, mas era tarde para voltar atrás!

A comida também estava incluída, comprei mais alguns mantimentos como água, bolachas e algumas garrafas de vinho, claro!

Na manhã seguinte às 7 horas em ponto, as pessoas do grupo começaram a chegar. Iríamos em quatro pessoas em cada carro mais o motorista. Nosso grupo era formado por cinco chilenas, uma alemã e duas brasileiras, eu incluída. Imediatamente nos entendemos super bem e a viagem toda foi super divertida e agradável.

Antes de chegarmos à fronteira com a Bolívia, entrou um homem da agência para nos dar as últimas instruções. Ele era meio amarelo, com um óculos grosso horroroso e falava super devagar. Disse que iríamos voltar acabadas, cansadas, desnutridas, talvez doentes, que a altitude iria nos deixar arrasadas – juro, super desanimador. Se ele fosse o vendedor do pacote, a ageêcia estaria falida há muito tempo!

Quando ele saiu, eu disse em voz alta: Gracias pelas palabras tan animadoras! (Todas entenderam e deram uma bela risada).

Chegamos à fronteira com a Bolívia, onde faríamos controle de passaporte. Alguns guardas da imigração boliviana tinham máscaras sobre o rosto e metralhadoras penduradas. Parecia cena de filme. Lembrei do Expresso da Meia Noite!

Ali mesmo, os motoristas dos dois Toyotas prepararam um café da manhã para gente. Claro que a metida aqui já foi sentando na frente com o motorista. (Fundamental que eu o conquistasse, pois iria pedir inúmeras vezes a ele para parar o carro a fim de poder fotografar!)

Eu que já havia dirigido tanto na viagem achei o máximo ter um motorista e não precisar me preocupar com absolutamente nada! Viajamos o dia inteiro pelo deserto boliviano, sem estrada alguma, confiando apenas no motorista que conhecia o trajeto como a palma de sua mão, o que era realmente impressionante!

Fizemos várias paradas durante o dia. Vimos geisers, formações rochosas, lagos e vulcões até chegar na primeira hospedagem, pertinho da Laguna Colorada. Esta última, considerada uma das mais belas paisagens naturais do mundo. A Laguna Colorada é um lago raso com aproximadamente 60 km quadrados. Algas, minérios e outros sedimentos dão ao lago cores fantásticas, como branco, azul, vermelho e amarelo. Vários tipos de flamingos também são encontrados por ali. O visual é de tirar o fôlego! O frio também!

A altitude agora era mais de cinco mil metros, minha cabeça parecia que queria explodir. O ar geladíssimo queimava as narinas e o coração batia agitado a cada passo. Resolvi não me impressionar muito com os sintomas da altitude. Quatro Advil mais tarde, já estava me sentindo melhor.

Passei algumas horas por ali, fotografando e depois nosso grupo foi para o alojamento. As acomodações eram simples, mas tudo bem limpo e organizado.

O chuveiro não pegou ninguém, pois não tinha água quente. O jantar foi salsicha com purê de batata falso. Estava razoável, mesmo porque é impossivel ter apetite naquela altitude. Mais quatro Advil e já deu para encarar o vinho que tinha levado na mochila. Passamos algumas horas divertidas contando e escutando histórias em várias línguas com outros turistas que haviam chegado.

De manhã cedinho, continuamos nossa jornada com destino ao magnífico Salar de Uyuni.

Passamos por diversos lagos e lagoas enormes cujo colorido e beleza são indescritiveis. Algumas lagoas quase brancas, outras cor de ferrugem e ainda algumas cor de azul cobalto. Um verdadeiro espetáculo da natureza!

Antes de anoitecer, chegamos ao alojamento, muito peculiar, pois tinha sido construído quase que inteiramente com blocos de sal! As paredes, as camas, mesas e bancos, tudo feito de sal. A falta de materiais convencionais faz essa prática ser comum na região.

Eu já estava extasiada com tanta beleza, mas me surprendi ainda mais quando chegamos ao Salar de Uyuni. Localizado no altiplano boliviano, é o maior salar do mundo com 10,582 km quadrados e com elevação de 3656 metros. Formou-se aproximadamente 40.000 anos atrás, quando a área era um lago pré-histórico gigantesco. Depois de sofrer várias transformações, a região foi secando e hoje permanecem no local, apenas dois lagos e dois salares, sendo Uyni o maior deles.


Foto 1            Foto 2

Foto 1: Laguna Colorada, uma das mais belas paisagens daquela região
Foto 2: O branco sedutor e incrível que pode ser observado no Salar de Uyuni


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