Histórico

Imigração joga duro para conter fraudes

Milhares de indocumentados recebem ordens de deportação por má fé de falsos profissionais

Nesta quinta-feira, o governo federal anunciou o lançamento de uma campanha para combater a fraude imigratória. A iniciativa foi deflagrada em sete cidades com alta concentração de imigrantes após vários meses de preparação.

Mariela Melero, diretora da Divisão de Ligação com o Público do Escritório de Cidadania e Serviços de Imigração (USCIS), afirmou que o objetivo é proteger os incautos: Estamos preocupados com aquelas pessoas que são vítimas de escroques que oferecem algo que pode comprometer sua elegibilidade para um benefício imigratório ou simplesmente não são elegíveis.

A investigação está mais concentrada nos indivíduos que se fazem passar por advogados, notários que não estão autorizados para realizar procedimentos imigratórios, páginas de internet disfarçadas de websites oficiais e má prática legal. A falta de familiaridade com o sistema, as barreiras do idioma e até o analfabetismo contribuem para a disseminação das fraudes.

Nesta fase inicial, a campanha, que inclui distribuição de folhetos e mensagens através da Internet em 13 idiomas, começa pelas cidades de Atlanta, Baltimore, Detroit, Fresno, Los Angeles, Nova York e San Antonio. Nos próximos meses, ela será ampliada a nível nacional.

Nestas cidades, organizaremos seminários em conjunto com a Associação Americana de Advogados de Imigração (AILA) e a Congregação Americana de Advogados (ABA) para preparar os profissionais que trabalham com os imigrantes e promover o atendimento sem cobrança, disse Mariela.

O órgão federal revelou que o programa conta com o apoio de grupos comunitários, governos locais e estaduais e outros departamentos federais, e o objetivo é interromper não só a fraude como também a prática não autorizada da lei de imigração. O USCIS destacou que a fraude imigratória castiga igualmente cidadãos, residentes, refugiados, asilados e indocumentados.

Abaixo, publicamos a relação dos locais e maneiras de agir dos escroques:

Empresas que surgem em grandes populações de imigrantes e atraem as vítimas cobrando baixas tarifas.

Negócios e pessoas que cobram honorários exorbitantes oferecendo contatos de alto nível no governo ou a possibilidade de obter benefícios de imigração em tempo recorde.

Os escroques usam a propaganda boca a boca, folhetos, Internet ou anúncios pagos em listas telefônicas, jornais e rádios.
O golpe mais comum ocorre com notários. Ao contrário dos países latino-americanos onde corresponde a um dos títulos de um advogado, nos Estados Unidos não são advogados graduados em uma universidade e não estão habilitados para representar pessoas perante o serviço de imigração.

Os preparadores de impostos que oferecem “serviços de imigração” e as agências de viagens que oferecem assessoria para permanecer legalmente nos EUA também estão visadas.

A Internet converteu-se numa ferramenta para os escroques com o uso de domínios ou endereços similares aos websites do governo federal. Estas páginas costumam cobrar por formulários do USCIS, que na página oficial são gratuitos.

Há ainda, advogados que são cúmplices de serviços de imigração fraudulentos com a venda de seus nomes e números de licença para assistentes legais, notários e outras pessoas que se intitulam advogados.

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