Histórico

Imigrantes ilegais fazem manifestação em Londres

Milhares participaram nesta segunda-feira de vários eventos, pedindo a regularização de imigrantes

Milhares de pessoas participam nesta segunda-feira de eventos em Londres para pedir a regularização de imigrantes ilegais que vivem na Grã-Bretanha.
Os manifestantes marcharam no centro de Londres, participaram de um comício na Praça Trafalgar e de uma missa especial chamada de Missa para Imigrantes e celebrada na abadia de Westminster pelo cardeal Cormac Murphy-O’Connor.
O cardeal, que é arcebispo de Westminster, disse que “de forma alguma” quer encorajar a imigração ilegal.
Murphy-O’Connor argumenta que muitos ilegais já estão na Grã-Bretanha há anos e “seus direitos deveriam ser protegidos”. “Muitos deles são casados, estabilizados e vivem em uma espécie de sombra da lei. Isso não é certo e não é justo.”
Na marcha, os manifestantes carregavam cartazes com dizeres como “Ninguém é ilegal. Regularização para todos” e “Acabem com todos os controles de imigração racista”.
Ilegais
Ao longo das últimas semanas, os organizadores apareceram em jornais comunitários e em Igrejas que dão assistência a imigrantes, na tentativa de convencer estrangeiros em situação clandestina a participar do ato público, que encontrou uma Londres parcialmente deserta por conta de um feriado.
Estima-se que entre 300 mil e 500 mil imigrantes vivam e trabalhem ilegalmente na Grã-Bretanha, em situação de vulnerabilidade que, segundo os organizadores, abre espaço para a exploração da mão-de-obra informal e para atividades criminosas, como o tráfico de pessoas.
Um dos argumentos dos que se opõem à regularização é que sempre haverá imigrantes ilegais – que entram clandestinamente ou permanecem no país por mais tempo do que seus vistos permitem – dispostos a trabalhar por pouco.
“Você não resolve nada se simplesmente substituir as pessoas (que estão sendo exploradas) por outras”, diz o representante da organização Migration Watch, Andrew Green.
Mas a regularização também encontra defensores entre entidades empresariais como a Confederação da Indústria Britânica (CBI, em inglês), que faz parte da organização Strangers into Citizens (algo como “De estranhos a cidadãos”, em tradução livre).
De acordo com dados dessas entidades, a Grã-Bretanha deixa de receber 3,3 bilhões de libras esterlinas por ano (cerca de R$ 13,2 bilhões) em impostos e contribuições previdenciárias que não são pagos ao governo. O valor seria suficiente para construir 132 escolas e 13 hospitais.
As entidades empresariais que apóiam o movimento acreditam que a regularização de parte da mão-de-obra poderia resultar em um ganho de 500 mil a um bilhão de libras por ano.

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