Dinheiro arrecadado com bijouterias será usado para compra de mamógrafo em Goiás
Ana Paula Franco
Arrecadar $40 mil para a compra de um mamógrafo que será utilizado em exames itinerantes na zona rural de Goiás. A iniciativa partiu da brasileira de Santa Catarina, Dorly Piske, professora da Universidade de Wyoming, estado americano situado na região das Montanhas Rochosas, e integrante de uma ONG humanitária, encontrou no artesanato uma forma de atrair a atenção de universitários e ajudar quem precisa no Brasil.
A professora desenvolve com os alunos um trabalho com sementes típicas da flora brasileira como açaí, jarina, jupati, baru, entre outras encontradas no cerrado de Goiás. Brincos, colares e pulseiras são produzidos pelos alunos e vendidos com intuito de arrecadar recursos para compra do mamógrafo. “Identificamos o problema em Goiás que era falta de acesso à mamografia na área rural. A ONG queria envolver jovens num projeto atraente para eles. Gosto de artesanato e pensei que seria uma forma de os jovens conhecerem mais o Brasil, fazerem algo criativo e perceberem o valor dessa brincadeira que colabora com um projeto valioso”, explica.
As peças produzidas pelos jovens americanos vêm sendo comercializadas na comunidade local. Metade do dinheiro necessário já foi arrecadado com as vendas. O equipamento será doado à Liga da Mama da Universidade Federal de Goiás, encarregada de dar início ao programa itinerante de mamografias gratuitas para população rural de Goiás a partir de 2014. O programa visa atender à crítica necessidade de acesso ao diagnóstico e tratamento precoce do câncer de mama.
Jovens em ação
O projeto se chama “Youth in Action! Açai Beads for Breast Cancer ” (Jovens em Ação” Miçangas para o Câncer de Mama) e envolve estudantes voluntários que fazem peças exclusivas, já que não há uma linha de produção. “As oficinas são semanais e os participantes variam muito. Todos os dias surgem novas peças”, diz. A ação conta com a boa vontade de muitos para alcançar a meta proposta e foi criada uma rede local de colaboração entre várias organizações e entidades que já levantaram 50% dos recursos necessários. Nesta reta final, o objetivo é expandir e ampliar o projeto para envolver colaboradores em outras regiões.
As primeiras sementes foram trazidas para os Estados Unidos por Dorly há quatro anos. Hoje existe um fornecedor fixo em Goiás que envia de “carona” a matéria prima. “Esse é um dos dificultadores, já que não podemos planejar a quantidade produzida, dependemos da chegada do material via portador”, disse. Toda a ajuda é bem-vinda, desde logística até a ajuda na venda das biojoias, como são conhecidas, em feiras e lojas de produtos brasileiros.
Dorly é voluntária da Partners of the Americas (Parceiros das Américas), uma organização internacional não governamental e sem fins lucrativos, fundada nos anos 60 com o intuito de promover a aproximação, entendimento e colaboração entre estados norte-americanos e países da América Latina. Dorly explica que Goiás foi o estado brasileiro escolhido pela ONG a partir de critérios que dizem respeito a pontos comuns a cada região. Os interessados em comercializarem ou comprarem as biojoias devem enviar um email para dorlypiske@hotmail.com