Histórico

Mais de sete mil brasileiras se prostituem na Espanha

Pesquisadora denuncia que as mulheres vivem em regime semelhante à escravidão

Há muito se sabe que a Espanha é o principal mercado para prostituição de brasileiras. O que a pesquisadora Waldimeiry Corrêa apresentou de novidade durante o 5º Fórum de Direitos Humanos da UFRJ é que há mais de sete mil de nossas conterrâneas neste ramo de atividade naquele país e que muitas delas vivem em regime análogo ao trabalho escravo.
“Geralmente as brasileiras chegam à Espanha via Portugal ou França, porque os aeroportos espanhóis têm um controle muito forte. Elas já saem do Brasil com dívidas de até sete mil euros e precisam então realizar um mínimo de oito programas por dia para pagar aos aliciadores”, denunciou Waldimeiry. As boates onde as brasileiras trabalham cobram uma taxa de 50 euros por dia e mais três euros de comissão em cada encontro. Ou seja, as mulheres ficam apenas com 40% do rendimento bruto, o que equivale a um salário mínimo espanhol.
Segundo a polícia da Espanha, 75 mil prostitutas estrangeiras vivem no país. “A grande maioria que vai para lá entra em um ciclo que não consegue sair e se dá mal. Não consegue alcançar aquele sonho europeu de retornar ao Brasil, comprar uma casa, um carro e montar um negócio. E para não voltar frustrada e deteriorada, segue trabalhando na rua”, afirmou a pesquisadora.

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