Histórico

Mais três mil agentes para a fronteira

Além do material humano, governo dos EUA vem investindo em tecnologia

O ano de 2009 registrará um recorde no número de agentes da Patrulha Fronteiriça se o Congresso aprovar o orçamento enviado pelo presidente George W. Bush.
O mandatário quer que o número de policiais aumente para quase 18 mil até o final do ano fiscal (agosto-setembro), disponibilizando fundos aproximados de nove bilhões de dólares.

A cifra representa um incremento de 36 por cento em relação ao orçamento anterior, e estaria destinada à contratação de três mil novos agentes como parte da estratégia do governo para fortalecer a segurança fronteiriça, em particular com o México.
Em 2006, a patrulha de fronteiras contava com 9.096 agentes e a direção estava sob o comando do extinto Serviço de Imigração e Naturalização (INS). Em 2008, a agência conta com 17.819 agentes sob o comando do Departamento de Segurança Nacional (DHS), criado em resposta aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.

O pressuposto orçamentário que inclui fundos e agentes forma parte dos mais de 42 bilhões de dólares que o governo pretende que o Congresso autorize para tarefas destinadas à melhoria da segurança e ao incremento da vigilância em suas fronteiras terrestres, portos marítimos e terminais aéreos.

Cerca de um bilhão de dólares serão destinados para o denominado programa de “fronteiras inteligentes”, ou SBInet, utilizado pelo governo de Washington para combater a imigração indocumentada.

O plano SBInet inclui a construção de um sofisticado muro digital que, em outubro do ano de 2006, começou a ser elaborado pela companhia Boeing a um custo inicial de três bilhões de dólares.

O muro pretendido pelo DHS cobre uma extensão de cerca de 1.200 km e foi aprovado pelo Congresso após a tentativa frustrada de reforma imigratória em 2006, bloqueado pela então liderança republicana.

O governo define SBInet como parte essencial de um projeto global de vigilância conhecido como “Escudo de Segurança de Alta Tecnologia” nas fronteiras, e que foi desenvolvido pelo DHS após o 11 de Setembro.

Detalhes do orçamento

O plano federal foi catalogado como o “maior esforço na história do país para controlar mais de 9.600 quilômetros de fronteira com o México e o Canadá” e seu principal objetivo é “frear” a imigração ilegal.

As torres digitais erguidas pela Boeing Co. facilitarão à Patrulha Fronteiriça contar com uma moderna rede de milhares de sensores que detectarão movimento, som e, em alguns casos, até mesmo o odor na fronteira.

Os sensores enviarão um alarme a um centro de comando da zona, onde um agente federal monitorará uma câmara de televisão por controle remoto perto do local para tentar detectar se o alarme foi ativado por um animal ou um indocumentado.

Se se tratar de um imigrante ilegal, o agente responsável pelo centro de comando acionará um alarme que permitirá o remanejamento da vigilância até a zona para proceder à prisão do intruso.

Sete semanas depois de firmado o contrato a um custo inicial de US$2 bilhões, um estudo elaborado pelo escritório de contabilidad do próprio DHS revelou que o projeto poderia custar 15 vezes mais, ou seja, US$30 bilhões.

Richard L. Skinner, inspetor geral do DHS, indicou no ano passado que a revisão do programa reavaliou o projeto e foram elaboradas previsões e cálculos que vão de US$8 bilhões a US$30 bilhões.

O relatório motivou novos questionamentos sobre a viabilidade dos esforços do governo de Bush e do Congresso para modernizar as políticas imigratórias americanas.

Aos projetos de construção do muro, o orçamento para o ano fiscal 2009 soma US$2,2 bilhões para programas de detenção e deportação de indocumentados, e mais de US$500 milhões para programas destinados a localizar criminosos indocumentados, investigações e controles da imigração legal.

Por Antonio tozzi – AcheiUSA Newspaper

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