Histórico

Marcos Marin

Agitador Cultural

Antonio Tozzi

Polivalente. Não tem adjetivo mais adequado para definir Marcos Marin. Pianista clássico e virtuose, que desde os cinco anos dedilhava o teclado; promotor cultural, idealizador e realizador de várias mostras de artes plásticas na França e no Brasil; correspondente de revista de artes, e pintor, com trabalhos reconhecidos em todos os continentes.
A versatilidade deste gaúcho de São Francisco de Paula, criado na capital paulista, o levou a Paris ainda na adolescência para aperfeiçoar seus estudos, na Maison Couchou. Para aliviar a tensão pela maratona de ensaios, Marin começou a pintar sem pretensões. Como era músico, naturalmente aproximou-se do círculo dos artistas parisienses, passando a freqüentar os ateliers de Jean Marie Zachi, Olivier de Cayron e outros pintores. Dessa maneira, bebendo na fonte dos mestres, procurou absorver seus conhecimentos.

Promotor cultural – Pelo fato de estar entrosado nos mundos culturais de França e Brasil, Marin tornou-se agente cultural em eventos realizados entre os dois países. “Foi uma maratona de 12 anos, viajando dez vezes por ano entre São Paulo, Paris, Senegal, Açores, Moçambique e outros países de línguas francesa e portuguesa”, relembra.

Como uma coisa leva à outra, Marin passou a ser correspondente, durante três edições, da famosa publicação Le Semardies, com direito até mesmo a um texto elogioso de Jean Pierre Loireaux, presidente da Associação Internacional para Promoção de Arte Contemporânea de Paris. Também ganhou um prefácio da publicação da Associação Figuration Critique, movimento criado por Salvador Dalí para contradizer o abstrato, predominante na década de 30.

Mas essa atividade também tem seus percalços. Atingido em cheio pela crise econômica da década de 90, Marin sofreu com a instabilidade, sobretudo no Brasil. “Tive exposições canceladas e até mesmo perda de dinheiro, que coloquei como adiantamento, em razão destes cancelamentos”, lamentou-se.

Ao mesmo tempo em que se envolvia cada vez mais com eventos, aumentava o conflito dentro de si. Embora com bons patrocínios e bom relacionamento com diretores de museus de todo o mundo, Marin começou a questionar sua opção profissional: “Tenho carteira de artista plástico da Unesco desde 1990, e os amigos me diziam que eu tinha mais o perfil de artista do que de agente”.

Desabrocha o artista – Finalmente, no ano 2000, decidiu parar com as atividades de agente cultural e assumir de vez seu lado de artista.

“Na verdade, já possuía alguns quadros, que serviram para avaliação de meu trabalho. Havia participado de vários salões, da Bienal de São Paulo, exposições no MASP (Museu de Arte de São Paulo), ganhei o prêmio do concurso Fiat Midi e o prêmio Philips para jovens talentos”, comentou Marin, lembrando que suas obras integram as coleções da Fiat e da Philips. Ele também esteve presente numa coletiva da vodka Absolut, em Los Angeles.

Em 2003, fez uma mega exposição nos aeroportos de Paris. Marin produziu 150 obras sobre Torre Eiffel. “Foram telas em acrílico com interferência serigráfica – um trabalho que ficou exposto durante quatro meses em Paris e minha primeira grande mostra individual.

Ainda há 12 obras minhas nos aeroportos de lá”, contou o artista.

Ele foi convidado para montar essa exposição após ter participado do Salão Violet. O diretor dos aeroportos parisienses entrou em contato com Marin para realizar a mostra. Vale destacar que só participam do Salão Violet os mestres de Paris, após uma rigorosa seleção – e Marin foi convidado a participar por três anos.

A partir da exposição sobre a Torre Eiffel, Marin começou a definir sua tendência artística, trabalhando com linhas e pontos em acrílico sobre telas. Aliás, hoje ele está usando técnicas de optical portrait: “Sou a favor de novas tecnologias, procuro estar sempre atualizado para testar elementos alternativos”.

Desembarque na Flórida – Apesar da forte ligação com a França, Marin decidiu seguir o conselho de alguns amigos que viam nos Estados Unidos uma grande oportunidade para desenvolver seu trabalho: “Vendi cinco obras para o Hotel Paris, de Las Vegas, e comecei a ser representado por uma agência de Nova York. Além disto, em exposições de Berlim e Luxemburgo os meus principais compradores de obras eram americanos”.

Daí, em dezembro de 2003, o artista veio para ver a Art Basel em Miami. Ao chegar na Flórida, sentiu que Miami é o porto mais importante para desenvolver seu trabalho: “Aqui consigo vender minhas obras para americanos, latino-americanos, brasileiros e europeus”.

E Marin entrou pela porta da frente no mercado artístico local. Sua primeira mostra foi no Museu de Arte de Boca Raton, em maio do ano passado. “Minha obra, o retrato de George Michael, causou a maior polêmica e arrancou elogios da crítica. Uso elementos para transformações”, explica. Seu trabalho com optical retratos, inspirado na arte de Vasarelli, significa desconstruir a imagem no sentido do cérebro humano que compõe a interpretação da imagem.

Esse trabalho atraiu a atenção da PGM Artword, da Alemanha, que assinou contrato para editar duas obras de Marin. O artista também ficou três meses na Austrália, em Sidney, fazendo obras e exposições.
Exposição em Montecarlo – Artistas como Raí, Adriane Galisteu e os gêmeos Flávio e Gustavo possuem obras de Marin, que já vem sendo convidado para eventos no Sul da Flórida. Ele participou da ação cultural para a Elton John Aids Foundation e fez o retrato de Chrisane Grimaldi, a pedido de seu marido Giovanni Grimaldi.

Agora, está preparando obras para uma exposição que abrirá dia 16 de junho em Montecarlo, na Galeria Gismundi Pastor. A dona da galeria, Delphine Pastor, pagará dois meses de estadia para expor entre 20 a 30 obras no Principado de Mônaco.

Antes disso, em abril, ele será o artista convidado pela curadora Milagros Bello a representar o Brasil na Feira de Arte das Américas, dia 8 de abril, no Coconut Grove Convention Center.

Entre as personalidades focalizadas na obra de Marin figuram George Michael, Marilyn Monroe, Richard Moeser, vice-presidente da Sotheby’s para América Latina, e até mesmo a advogada de imigração Genilde Guerra.

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