Histórico

Ministério Público ameaça cassar Rei Momo magro

Com 58kg, Clarindo Silva pode perder a coroa na Bahia

O reinado de Clarindo Silva pode estar perto do fim. Eleito em janeiro o Rei Momo do Carnaval de Salvador, o folclórico dono do Cantina da Lua, restaurante que costumava reunir sambistas nas décadas de 60 e 70, tem apenas 58 quilos e seu físico não é exatamente aquele que a tradição cultural requer para um verdadeiro ocupante do cargo. Pelo menos é isso que pensa a promotora Heliete Viana, do Ministério Público da Bahia, que entrou com uma ação civil pública para anular a escolha da prefeitura local.

A promotora exige que um novo concurso seja realizado o mais rápido possível, do qual participariam apenas os candidatos gordos já inscritos. A representante do Ministério Público acredita que a escolha por Clarindo foi “aleatória e arbitrária” e não corresponde às “tradições culturais”. Para fundamentar sua posição, Heliete citou um estudo de um antropólogo e professor da Universidade Federal da Bahia, Roberto Albergaria, que expôs a origem histórica do Rei Momo e criticou o reinado da magreza na folia baiana. “Na tradição carnavalesca, a corpulência é uma marca estética do burlesco, ou mesmo do grotesco que se desenvolve na longa tradição do carnaval ocidental”, declarou o antropólogo, temendo que um novo Rei Momo esquálido pode representar também uma atitude de preconceito face a uma maioria estética que é das pessoas acima do peso.

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